Houve um tempo que até a Xuxa tinha um aparelho telefônico pra chamar de seu. Hoje em dia a comunicação dos smartphones tem recebido cada vez mais diretrizes globais que não consideram qualquer ponto de diferenciação para o público brasileiro. Uma das poucas companhias que enxergam este cenário de maneira diferente é a Motorola. A empresa, que há muito tempo prioriza o Brasil em seus lançamentos, tem conseguido se diferenciar com uma campanha próxima do consumidor, na linguagem que ele espera e precisa. O resultado é um impressionante crescimento e consideração de marca. Principalmente no segmento premium, um dos mais disputados do momento.
Ainda em janeiro, a Motorola convidou a imprensa para um evento importante. Seriam 3 lançamentos: o novo Motorola Razr 40 Ultra na cor Peach Fuzz, novos aparelhos da linha G e uma campanha que celebra os principais atributos da marca. Tudo comunicado com um grande cuidado em celebrar o pĂşblico brasileiro. O cuidado foi tanto, que a empresa se preocupou em levar para a tela de apresentação um agradecimento aos jornalistas com o logo de cada veĂculo. ApĂłs o evento de apresentação, nĂłs batemos um papo com Andrea Brandi, Gerente de Branding e Juliana Mott, Diretora de Marketing da companhia e falamos um pouco sobre personalização da comunicação, investimentos em design, marketing olfativo e muito mais confira.
GKPB: VocĂŞs acabaram de lançar uma nova campanha para o digital. Dá pra perceber que Ă© uma campanha especĂfica para nosso pĂşblico. Como foi isso?
Andrea Brandi: NĂłs fizemos uma campanha nacional, o que Ă© atĂpico nesse mercado de tecnologia e que tem muito dessa caracterĂstica do consumidor brasileiro. A Motorola tem essa preocupação de provocar esta conversa atravĂ©s da proximidade com o pĂşblico e entendeu que ‘pixels and bytes’ nĂŁo fazem a onda do consumidor. Eles nĂŁo querem isso como conversa. Eles querem essa proximidade, essa relação de “poxa, isso eu posso usar em determinada situação”.
Baseado nisso nós pensamos em como traduzir essas experiências mágicas em uma estética que replica a identidade da marca. Aà pegamos as cores que estamos trabalhando muito nos últimos anos [a partir da parceria com a Pantone] para serem os pilares de atenção e abrirem as portas para as experiências. Essa campanha é o começo dessa conversa. A continuação vem imediatamente depois, com um squad forte de creators para falar exatamente disso, usando as trends dos meios digitais e provocando cada vez mais o interesse pela marca; que é o objetivo principal. Queremos que as pessoas conheçam a marca por este DNA cool, fun, próximo, divertido, que é muito dessa estratégia lifestyle tech que temos para o ano.
GKPB: No ano passado vocĂŞs lançaram a campanha com a GlĂłria Groove e uma nova interpretação de ‘Oops!… I Dit it Again’. Como foi a repercussĂŁo desta campanha?
Juliana Mott: A campanha foi incrĂvel. Muito do que nĂłs já estamos falando deste lifestyle tech já estava incluĂdo. A campanha vivenciou um momento que realmente era para chamar a atenção para o Razr, com o Viva Magenta, o estilo dela, a voz, a regravação de ‘Oops!… I Did it Again‘. NĂłs tivemos um resultado incrĂvel para a marca. Muito do que vimos aqui do resultado de crescimento de awareness e consideração foi exatamente o perĂodo em que colocamos a campanha no ar. Principalmente na linha premium, que era o que nĂłs querĂamos. A campanha hoje, quando olhamos, o perĂodo que ela teve, foi extremamente vencedora. SĂł de vermos isso refletido efetivamente em nossa marca, já foi um grande feito.
GKPB: Hoje dá pra ver um trabalho longo e sólido da Motorola ao lado da Pantone. Vocês mencionaram sobre terem a linha de telefone mais bonita do mercado e, realmente, têm. Observando a qualidade do material e a beleza estética, mesmo os telefones de entrada chamam a atenção. Como essa parceria influencia na decisão de compra do consumidor brasileiro?
Andrea Brandi: Na verdade essa parceria nos surpreendeu. A Pantone Ă© lĂder em cores, especialista nisso. NĂłs temos esse compromisso de trazer uma estratĂ©gia que conversa com o pĂşblico-alvo daquele determinado produto ou franquia. EntĂŁo nĂłs pensamos que essa experiĂŞncia precisava ir alĂ©m. Obviamente a chancela Pantone nos dá um valor agregado muito grande.
Através dessa parceria, do [sistema de áudio] Dolby Atmos, da própria [parceria com a empresa de fragrâncias personalizadas] Firmenich, nós temos esse ganho de força de marca para falar com esse consumidor, mas nós decidimos trazer a experiência das cores para que o consumidor vivencie isso em sua maior potência. Nós vamos levar para o ponto de venda, por exemplo, tudo o que nós vimos aqui no evento vocês vão ver no ponto de venda. Toda a parte sensorial.
Nós desenvolvemos um aplicativo de consultoria de cores. O consumidor vai até a loja, é abordado pelo promotor, tira uma selfie, esse sistema processa a imagem e sugere a paleta de cores ideal para ele. Então nós estamos ligados também na vida desse consumidor. Nós nos importamos com isso, que é o que traz essa humanização da tecnologia, porque a tecnologia é só um meio. Nós queremos conversar com o fim. O que as pessoas são capazes de fazer com isso
GKPB: Tem a parceria com a Firmenich que vocĂŞ mencionou. Eu nunca esqueço a primeira vez que abri a caixa do Edge 20, veio aquele aroma e eu pensei ‘caramba, isso Ă© muito diferente, muito legal’. Como Ă© esse desenvolvimento? Vi que vocĂŞs estĂŁo hoje com um aroma baseado na cor [Peach Fuzz], entĂŁo seria um esforço Motorola-Pantone-Firmenich, Ă© isso?
Andreia Brandi: Exatamente. Esse é um desenvolvimento que parte de todas as esferas globais das 3 marcas. Isso traz também uma democratização a partir do momento que você parte da premissa que tem pessoas que não enxergam.
No Viva Magenta [cor do ano de 2023], o desafio foi maior, porque qual o cheiro ‘Viva Magenta’? Acho que aĂ teve uma conclusĂŁo de uma fragrância que era adequada Ă cor. EntĂŁo nĂłs temos que trazer essa sensação para todos os consumidores. Quando nĂłs migramos para o Peach Fuzz a tarefa fica mais fácil, porque nĂłs falamos do pĂŞssego enquanto inspiração. EntĂŁo estamos trazendo esta fragrância do pĂŞssego com um ‘borogodĂł Firmenich-Motorola-Pantone. EntĂŁo foi uma tarefa mais fácil de tangibilizar do que foi com o Viva Magenta.
GKPB: Os dispositivos já haviam sido lançados, mas agora eles ganham um relançamento com uma nova cor. Como vocês imaginam o impacto disso nas vendas?
Andrea Brandi: Quando trouxemos a cor Viva Magenta nĂłs ganhamos espaço em parceiros estratĂ©gicos que atĂ© entĂŁo nĂŁo tĂnhamos. Por exemplo, fizemos um projeto superespecial com Pernambucanas e com a Riachuelo. Figuramos vitrines dessas lojas, misturando moda com tecnologia de uma forma muito fluida neste mercado que tem tanta dificuldade de relação com a tecnologia. Como vocĂŞ vai comunicar roupa com celular numa mesma vitrine? Foi muito sinĂ©rgico, muito oportuno.
NĂłs temos certeza que essa cor e essa campanha masterbrand cheia de estĂmulos de cores serĂŁo um sucesso tambĂ©m. NĂłs já estamos com um projeto especial que ainda nĂŁo posso revelar com quem, mas em breve vocĂŞs verĂŁo novos parceiros.