No Ăşltimo sábado, Gabriela Pugliesi realizou uma festa em sua casa na cidade de SĂŁo Paulo para alguns amigos em meio Ă pandemia de CoronavĂrus, contrariando completamente recomendações da OMS e de qualquer pessoa com um pingo de sanidade mental. O pĂşblico que acompanha a influenciadora digital nas redes sociais ficou perplexo com o acontecimento e foi cobrar dos patrocinadores uma atitude. O resultado Ă© um saldo negativo de marcas conhecidas dentro e fora do segmento de bem-estar.
A Liv Up, marca de alimentos saudáveis, postou em sua conta do Twitter que nĂŁo incentiva atitudes que coloquem a saĂşde das pessoas em risco e que estaria suspendendo todas as ações programadas com “a influenciadora”.
Já a Desinchá, marca de chás também voltada para o segmento de bem-estar, publicou um texto em suas redes para comunicar suas iniciativas no combate ao COVID-19 internamente e reforço que está suspendendo as atividades com parceiros que se comportarem de forma diferente do recomendado pela OMS.
De acordo com o G1, outras marcas como Hope, Rappi, LBA, Baw Clothing, Mais Pura, Evolution Coffee, Liv Up, Kopenhagen e Fazendo Futuro também cancelaram contratos com a influenciadora.
“Foda-se a vida”
NĂŁo contente em apenas realizar o evento, Gabriela Pugliesi como postou em suas redes sociais trechos da festa quase que em tom de desabafo por nĂŁo aguentar mais a obrigatoriedade do isolamento. Em um vĂdeo, que já foi removido do Instagram, ela chegou a dizer “Foda-se a vida”. Ela Ă© conhecida por discursos prĂł-vida, tendo atĂ© mesmo lançado um livro chamado “A Vida Ă© Mara”.
Gabriela Pugliesi foi uma das primeiras personalidades conhecidas a contrair o COVID-19 no Brasil. A festa de casamento de sua irmĂŁ foi foco de disseminação do vĂrus por conta de um dos padrinhos que havia voltado do exterior infectado. Enquanto ainda cumpria quarentena por conta da infecção do CoronavĂrus, Pugliesi chegou a agradecer o vĂrus em suas redes sociais. Depois apagou a publicação e tentou se redimir. Relembrando o caso recente, um internauta demonstrou sua indignação:”[…]A pessoa que agradeceu o vĂrus, faz texto fofinho e tá aĂ provando que nĂŁo aprendeu nada mesmo”, dizia um tweet.
Amiga Mari Saad também perdeu contrato com Seara
A tambĂ©m influenciadora Mariana Saad tambĂ©m esteve presente na festa. Minutos antes de sair de casa, Mari Saad, como Ă© conhecida, fez uma publicidade do projeto Seara Live Fest, que foi desenvolvido justamente para incentivar o pĂşblico a ficar em casa. Sobre o assunto, a Seara informou que já suspendeu o contrato com Saad e reforçou que “A mesma atitude está sendo tomada a outros influenciadores que se relacionavam com a marca e descumpriram ou venham a descumprir a orientação de distanciamento social ou qualquer outra que coloque em risco a saĂşde e segurança de todos”.
A culpa Ă© dos influenciadores, das marcas e das agĂŞncias
No mundo dos famosos da internet, quase todos eles detestam a palavra influenciador. Eles dizem que Ă© uma palavra muito forte. Que preferem ser chamados de “creators” assim, em inglĂŞs mesmo, pra ficar mais refinado. O que eles dizem ser “muito forte” Ă©, na verdade, nada mais que um disfarce para maquiar a fonte principal de renda de todos eles: sua influĂŞncia rende dinheiro. Muito dinheiro.
E o problema Ă© que ser um influenciador nĂŁo Ă© um serviço que vocĂŞ chega, liga seu papel de influenciador, fica 8h por dia lá e depois desliga e vai embora. É um serviço realizado 24 horas por dia, sete dias da semana. Todos os passos de qualquer pessoa sĂŁo observados por milhares, ou atĂ© milhões de pessoas e o poder disso Ă© incrĂvel para o bem, mas tambĂ©m pode ser devastador, quando usado de maneira incorreta.
A maioria das marcas e agĂŞncias brasileiras tĂŞm investido nesse mercado sem qualquer preparo sobre o assunto. Continuam fazendo como faziam com a TV, selecionam por nĂşmero de seguidores no intuito de pulverizar para o maior nĂşmero de pessoas possĂvel. O problema Ă© que essa pulverização Ă© embalada em uma mensagem repleta de valores pessoais transmitidos antes e depois destas mensagens. E Ă© incrĂvel como muitas empresas se recusam a encarar o problema de frente. Que fique o aprendizado.