Antes mesmo que pudéssemos perceber, os Influenciadores Virtuais tomaram conta das redes sociais e agora é possível acompanhar diversas marcas que se portam como influenciadoras. No sétimo episódio do Break Publicitário, Matheus Ferreira e Erik Rocha conversam sobre o impacto dos Influenciadores Virtuais no mercado.
Índice
Tipos de Influenciadores Virtuais
Embora existam Influenciadores Virtuais que representam marcas específicas, é possível também acompanhar a chegada de personagens como a Any Malu, que se torna cada vez mais relevante no universo Cartoon Network.
A Lu da Magalu já faz parte do nosso mundo há mais tempo do que a gente imagina. A personagem chegou em 2003 para auxiliar nos serviços do site e se chamava “Tia Luiza”, que em 2009 passou a se chamar “Lu” e ganhou sua versão em 3D.
Outro case interessante de “Influenciador Virtual” foi com a influenciadora Vivi Guedes, que surgiu como uma personagem de novela da Globo que possuía um Instagram também no mundo real e interagia com seus seguidores.
Entrevista com Marcelo Pereira – Combo Estúdio
Em entrevista com Marcelo Pereira, do Combo Estúdio, um dos criadores da Any Malu, uma das mais bem-sucedidas e conhecidas Influenciadoras Virtuais do Brasil, foi possível saber um pouco mais sobre o processo de criação.
A Any Malu surgiu há 6 anos, quando haviam poucas pessoas no Combo Estúdio. Dentre os fatores escolhidos para criar a personagem, foi decidido que a personagem traria representatividade feminina e deveria ter um visual que se destacasse, juntamente com uma personalidade intensa.
Como foi o lançamento oficial da Any Malu?
O primeiro episódio da Any Malu foi lançado ao fim de outubro de 2015, mas antes disso a personagem já havia aparecido em um vídeo onde sequestrava o youtuber Felipe Castanhari. Essa ação chamou contato do público e, antes mesmo de ter vídeo próprio, a Malu já possuía mais de 20 mil inscritos.
“Foi uma repercussão muito inesperada! Saiu assim em revista, jornal, saiu na TV, fomos convidados para ir no programa da Fátima Bernardes. Foi muito acima do que a gente imaginava!”, comenta Marcelo.
Como funcionou o processo da parceria com Cartoon Network?
Marcelo explica que desde o começo todo mundo já achava que a Any Malu era a cara do Cartoon Network e decidiram apresentar a ideia durante uma feira de negócios. Foram 2 anos estruturando a ideia para que então fosse possível apresentar novamente para o canal de TV.
“A gente voltou para apresentar pro Cartoon um projeto muito mais robusto e bem elaborado, que veio a se tornar o Any Malu Show, que hoje já está na segunda temporada. Coincidentemente foi durante o mesmo evento em que o Combo Estúdio apresentou Super Drags para a Netflix”, explica Marcelo, sobre como tudo aconteceu.
Antes da personagem entrar na grade do Cartoon ocorreu uma colab entre Any Malu e os personagens de Apenas um Show, Mordecai e Rigby, que atualmente já conta com mais de 5 milhões de visualizações no YouTube.
Como vocês enxergam o universo de Influenciadores Virtuais hoje?
“É muito curioso, porque quando a gente lançou a Any Malu era muita gente comentando que era genial, teve um caminho muito aberto pra gente, mas ele começou a ser povoado muito rápido (…) hoje em dia, por exemplo, já temos influenciadores virtuais de nicho.”
Agora, Marcelo acredita que as marcas já se tocaram da importância que é ter um Influenciador Virtual por conta do contato que é possível criar com seu público, criando um relacionamento onde a influência acontece tanto por parte do público, quanto por parte do criador de conteúdo.
E o que você acha sobre a padronização 3D dos Influenciadores Virtuais?
“Eu acredito que haja espaço para todos os tipos, desde os 3D, como a Lu da Magalu, até mesmo a desenhos ou fotos no Instagram”, comenta. Além disso, Marcelo explica que existem diversos Influenciadores Virtuais de todos os tipos que se possa imaginar, como é possível observar no site Virtual Humans.
Quais são os próximos projetos?
“A gente tá com muita coisa hoje no Combo, acho que a gente tá no momento mais lotado que já tivemos no estúdio. Acho que é a primeira vez que a gente tem negado projetos porque realmente temos muitas coisas para fazer. Estamos com dois projetos para sair, que infelizmente não podemos comentar, por conta do tempo que leva pra se anunciar realmente uma animação. (…) E estamos também com uma equipe de desenvolvimento trabalhando full time em novos projetos autorais. E temos também o curso de animação”, responde.
Influenciadores Virtuais brasileiros e representatividade
São diversos Influenciadores Virtuais que existem no momento e alguns deles são: Lu (Magalu), Nat (Natura), Carina (Carrefour), CB (Casas Bahia), Vivi (Vivo), Elô (Cielo) e Dai (Dailus), e é muito importante observar que a representatividade se torna pauta.
Enquanto Nat traz representatividade para a mulher negra, o CB traz a representatividade do Nordeste em um segmento onde é bem comum observar o Sudeste marcando mais presença.
Por último, mas não menos importante, temos a Dai, que chegou para representar as pessoas gordas, algo que não é comum de vermos nesse mercado. A Dai chega para trazer não só representatividade, como beleza e simpatia para a Dailus.
Benefícios e malefícios de se construir um Influenciador Virtual
Investir em um Influenciador Virtual garante uma “estabilidade” na conexão entre marca/influenciador, já que se torna mais difícil cair em polêmicas por conta de alguma atitude equivocada, como foi o caso do youtuber Julio Cocielo e da influenciadora digital Gabriela Pugliesi.
Além disso, permite que seu investimento retorne em dobro: tanto no momento de depositar dinheiro em um influenciador, quanto em continuar fortalecendo a sua marca conforme seu Influenciador Virtual ganha destaque.
Em contrapartida, um Influenciador Virtual não garante 100% de segurança, já que são pessoas que estão de certa forma “controlando” o influenciador. Como exemplo, tivemos o momento onde os “fãs” criaram um ship entre a Lu da Magalu e a Nat da Natura, mas a resposta da influenciadora não correspondeu a expectativa do público.
Em outro exemplo, tivemos também o caso da influenciadora Mara, da Amaro, que acabou “perdendo a paciência” com comentários e respondeu um usuário grosseiramente no Twitter.
Enquete no Instagram
Fomos ao Instagram @geekpublicitario para saber se as pessoas seguem Influenciadores Virtuais na plataforma e 66% das pessoas confirmaram que seguem sim os influenciadores.
Para nenhuma surpresa, o destaque das respostas foi a Lu da Magalu, e o CB, das Casas Bahia, aparece em segundo lugar nos mais seguidos.
Considerações finais
O surgimento de Influenciadores Virtuais exclusivos de determinadas marcas fortalece a conexão entre a marca com o público, de forma a humanizar mais a empresa e é super válido prestar atenção no desenvolvimento da Lu, da Magalu, que ganha cada vez mais destaque nesse mercado.
Embora ter um Influenciador Virtual não seja para toda empresa, é inegável que as empresas que estão utilizando esse recurso hoje em dia estão conseguindo se posicionar muito bem diante de seus consumidores.
Caso você tenha interesse em conferir toda conversa do podcast na íntegra você pode ouvir o Break Publicitário em todas as plataformas digitais.