Há algum tempo os mascotes reinavam na publicidade, porém aos poucos passaram a ser substituídos e hoje acabam perdendo seus papéis nas mãos dos “Influenciadores Virtuais“. Embora ainda existam mascotes fortes, que conversam com seus respectivos públicos, parece que é questão de tempo até que eles deixem de existir.
Nesse episódio do Break Publicitário, Matheus Ferreira, Erik Rocha e Victor Alexandro conversam sobre o passado e o futuro dos mascotes, explicando quais são suas funções e refletindo sobre o espaço que eles têm nos dias atuais da publicidade.
O que é um mascote?
Basicamente um mascote pode ser definido como qualquer pessoa, animal ou objeto usado para trazer sorte ou para representar um grupo com uma identidade comum. Isso normalmente inclui escolas, eventos, times ou equipes esportivas, profissionais e associações. O mascote também é usado como porta-voz fictício ou avatar de produtos e marcas.
Vale lembrar que o mascote não é o logo de uma marca. Ele pode sim, ser parte da identidade de uma marca, mas não necessariamente é o logo.
A importância de um mascote
O mascote serve para auxiliar na comunicação da marca com o público, fazendo com que o consumidor acabe tendo uma empatia com o personagem que acaba se tornando o rosto de determinada marca ou produto.
Qual a diferença entre mascote e influenciador virtual?
A maior diferença entre um mascote e um influenciador virtual são as pautas sociais. Hoje em dia, muitos desses influenciadores virtuais representam fielmente os valores da marca, enquanto os mascotes antigamente não se preocupavam em atender essas necessidades.
Além disso, há também a diferença de que um influenciador virtual acaba criando uma vida própria, tendo vida 24h por dia coexistindo com a marca, como é o exemplo da Lu do Magalu que até mesmo sai em clipes musicais e capas de revista ou do CB de Casas Bahia que já até mesmo realiza live de games.
O CB inclusive já foi um mascote, como Bahianinho, e acabou evoluindo nessa nova fase da publicidade surgindo realmente como um influenciador virtual, trazendo traços mais sérios e assuntos para se conectar com o público mais jovem, que já não tem mais esse apreço por mascotes como a geração mais velha.
Qual foi o primeiro mascote?
Embora não seja possível afirmar com certeza qual foi o primeiro mascote que existiu, o registro mais antigo existente é da Quaker Oats, de 1877.
E no Brasil?
Já aqui no Brasil o primeiro registro que temos é de uma charge de jornal, de 1921, onde um representante do Palestra Itália (hoje Palmeiras) encara um peixe, que representava o time do Santos.
Vale lembrar que um dos lugares onde mascotes mais se fazem presentes hoje em dia são em equipes esportivas, que ainda costumam utilizar bastante essa ferramenta para se conectar com seu público.
Mascotes mais marcantes
Infelizmente os mascotes já não possuem mais tanta força como já tiveram antigamente, mas existem mascotes muito marcantes e alguns que fazem sucesso até os dias de hoje.
Friozinho da Pernambucanas
Criado em 1962 e marcou época com o jingle Não Adianta Bater. Com ar de vilão, ele foi repaginado como um personagem carismático e parte das famílias.
LekTrek da Sadia
O famoso mascote da Sadia foi criado pela DPZ na década de 70 quando alguns produtos congelados começaram a ser lançados pela marca. A ideia de usar a ave com capacete e óculos de motociclista, surgiu pela necessidade de popularizar esses produtos evidenciando a rapidez no preparo.
Bahianinho
O Bahianinho, das Casas Bahias, foi criado em 1979 pela marca e era utilizado principalmente na comunicação em tabloides. O mascote era desenhado a mão e aparecia também nos encartados de jornais. Hoje em dia, se tornou o influenciador virtual que conhecemos como CB.
Tony – Sucrilhos
O famoso tigre que estampa as caixas de Sucrilhos em todo o mundo foi criado no ano de 1951 junto com o canguru Katy e o elefante Elmo, num concurso que elegeria a nova mascote da marca. Devido ao grande aumento nas vendas e a aceitação do público, somente o Tony permaneceu como símbolo do cereal que é líder de vendas em todo o mundo.
Bocão da Royal
“Abre a boooca, é Royal!”. Com este bordão, a Royal vendeu muita gelatina no Brasil. Sucesso junto com o Bocão: personagem gelatinoso vermelho fez muito sucesso nos comerciais e por causa das embalagens do produto, que trazia jogos com o personagem – como jogo da memória, por exemplo. Nos anos 80 e 90, o personagem também participava de ações de merchandising nos programas de televisão e chegou até mesmo a ganhar o “Clube do Bocão”, com carteirinha para os consumidores da marca.
Bunny da Duracell
O Bunny foi lançado em 1973 e mostrou às pessoas do mundo todo que as pilhas Duracell duravam muito mais que as pilhas comuns e econômicas de zinco-carvão. Com o passar do tempo o famoso mascote passou por evoluções estéticas e atualmente se mantém a frente das campanhas da companhia.
Chester Cheetah
O guepardo alavancou as vendas do Cheetos, principalmente entre os mais jovens. Foi lançado no ano de 1986 e em suas aparições em comerciais, sempre fazia de tudo para conseguir o salgadinho. Ganhou tanto a confiança do público, que passou a estampar as embalagens do produto e foi estrela de dois videogames nos anos 90.
O mascote ainda faz muito sucesso e participa de campanhas e, em 2019, até mesmo participou de um clipe musical com Anitta.
Bubba the Cat – Bubbaloo
Conhecido como “Bubba The Cat”, foi criado em 1997 com o objetivo de cativar o público infantil. O personagem, um carismático gato vestindo gravata, polainas e óculos escuro, totalmente em preto e branco, apareceu pela primeira vez em um comercial de televisão na Inglaterra em 1998.
O personagem chegou até mesmo a ganhar uma repaginada em 2013, mas desde então não há mais novidades sobre o mascote.
Galinha Azul de Maggi
Até hoje a Galinha Azul de Maggi ainda está na cabeça da maioria das pessoas. Os resultados obtidos com a campanha permitiram aos caldos de galinhas Maggi um aumento nas vendas e no índice de participação de mercado consideráveis. No ano passado rolou até mesmo uma repaginada na personagem.
Bond Boca – Cepacol
Criado em 1983, o Bond Boca satiriza o herói James Bond enquanto encoraja os consumidores a usar o antisséptico bucal Cepacol. Com topete, summer e sorriso branco, os traços de Bond Boca foram refinados pelo cartunista Spacca.
Assolino de Assolan
O Assolino foi criado em 2002 em uma estratégia para competir com a Bombril, que até então era líder absoluta na categoria. A embalagem do produto ganhou olhos, pernas, tênis amarelos, vida e muito gingado, se tornando uma peça essencial para os comerciais da marca.
Dollynho
Inspirado nos Teletubbies, o Dollynho chegou para participar das ações da Dolly e se destacou por conta da repetição. Por diversas vezes o personagem apareceu em jingles e propagandas com sua clássica introdução “Oi pessoal sou o Dollynho, seu amiguinho! Vamos cantar?”.
Fuleco
Fuleco é o mascote da Copa do Mundo FIFA de 2014. O mascote é inspirado no gênero dos tatus-bola, mais especificamente na espécie conhecida como tatu-bola-da-caatinga, que é natural da região de caatinga do nordeste do Brasil e encontra-se em estado de espécie ameaçada de extinção.
Toddynho
Seguindo a mesma linha de raciocínio do Assolino, o Toddynho é uma embalagem do produto que ganhou vida.
Canarinho Pistola
Na Copa do Mundo de 2018, a Russia criou o Zabivaka, um lobo siberiano que segue a linha da maioria dos mascotes. Entretanto, um outro personagem chamou mais atenção: O Canarinho Pistola.
Ronald McDonald
Ronald McDonald é um personagem fictício vestido de palhaço, um dos símbolos da área de fast-foods McDonald’s.
RoBBB
Esse é o nome dado para os mascotes do Big Brother Brasil. Aqueles robozinhos simpáticos que voltaram a ganhar força neste ano já ganharam até mesmo versões em brinquedo com controle remoto em anos passados.
Perguntas no Instagram
No Instagram @geekpublicitario e @breakpublicitario foi perguntado para os ouvintes do podcast quais são os mascotes mais lembrados. Nas respostas houveram alguns que se repetem nesse texto e outros que acabam sendo lembrados pela primeira vez. Confira:
- Urso polar da Coca
- Galinho do Palmeiras
- Mascote da Assolan
- Vaquinha da Mococa
- Zé Gotinha
- Dollynho
- Galo
- Ana Maria dos bolinhos
- Louro José
- Toddynho
- Vinicius das Olimpíadas de 2016
- Bunny da Duracel
Nossos mascotes favoritos
Para Erik, os favoritos são o Vermelho e o Amarelo de M&M’s, que são basicamente os limões da Pepsi Twist que deram certo.
Para Victor, são os inspirados em animais como Tony (Sucrilhos), Snow (Snow Flakes), Chester Cheetah (Cheetos) e Bubba the Cat (Bubbaloo).
Já Matheus gosta do Assolino, do Bocão da Royal, a Galinha de Maggi, Tom e Vinicius das Olimpíadas, e principalmente o Dollynho.
Considerações finais
Sem sombra de dúvidas o uso de mascotes é uma estratégia bem eficiente e, vendo o sucesso de alguns mascotes com mais de 50 anos que ainda mantém sua relevância, é bem provável que ainda há espaço para aderir esses personagens nos dias de hoje.
Além disso, essa estratégia pode ser uma ótima alternativa para marcas que não possuem dinheiro para investir na criação de um influenciador virtual.
Caso você tenha interesse em conferir toda conversa do podcast sobre o onde estão os mascotes na íntegra você pode ouvir ou assistir o Break Publicitário em todas as plataformas digitais.