O machismo pode ser identificado em nossa sociedade de diversas formas. Mas é justamente em ambientes que sempre foram dominados por homens, como futebol e videogames, que a gente consegue ter uma dimensão maior do problema. E foi exatamente o que aconteceu com a apresentadora e gamer Nyvi Estephan, ao criticar o botão do novo controle do Playstation 5.
Nyvi transformou um tweet em uma carta aberta à equipe do PlayStation pedindo para que o botão que hoje é conhecido como “options” fosse alterado para outro lugar, pois atrapalha mulheres com unhas grandes na hora do jogo.
E você pode olhar para uma publicação como a da Nyvi e achar relevante o questionamento, como eu achei. Mas você também pode simplesmente pensar que não faz o menor sentido e continuar com a sua vida normalmente. O que não é aceitável é você se envolver em todo o machismo que jura não ter e dizer que uma mulher tem que cortar a unha pra jogar, ou que videogames não foram feitos para mulheres, entre outras coisas estúpidas encontradas por lá.
Até o momento em que faço esta publicação, o tuíte da Nyvi foi retuitado por mais de duzentas pessoas. Há uma grande porcentagem de meninas entre os compartilhamentos. As respostas com tons de críticas eram em sua gigantesca maioria feitas por homens. Ainda assim, a apresentadora se deu ao trabalho de responder um deles para deixar claro a razão lógica do questionamento.
Nyvi está certa. De acordo com a pesquisa Consumer Gamers Insights publicada pela Newzoo, 46% dos gamers são mulheres. Muito embora o que vejamos em absolutamente todos os lugares seja um barulho ensurdecedor provocado pelos jogadores homens de masculinidade tóxica. Seja nas gameplays, nos campeonatos, nas feiras de games, ou em qualquer outro aspecto.
A Nyvi não falou em nome de todas as mulheres gamers que podem ou não concordar com ela, mas sua voz é importante como uma das poucas figuras femininas deste ambiente hostil dos games. Ainda que não fosse, qualquer pessoa tem o direito de questionar algo que não gosta. E o machismo nunca deveria ser a resposta para uma discussão saudável em uma sociedade igualitária.