O lançamento do Moto X não teve muitas surpresas no hardware. O telefone foi fotografado por todos os ângulos, vídeos e especificações pipocaram nos sites de tecnologia e até mesmo materiais de divulgação oficiais deram as caras antes da hora pela web e parecia que a Motorola estava pouco se importando com isso, e ela realmente não estava preocupada. O que vimos no lançamento além de confirmar características já reveladas antes foi de encher os olhos: um telefone realmente empolgante.
O mercado de smartphones nunca esteve tão em alta, mas ao mesmo tempo eu nunca o senti tão estagnado como ultimamente. Se pararmos pra analisar os grandes lançamentos dos últimos 12 meses, dá pra contar nos dedos as inovações relevantes dos telefones inteligentes. Apple aumentando a tela iPhone como se fosse a maior inovação do século e a Samsung enchendo o Galaxy S4 de software porcaria que na prática só vão reduzir a capacidade de armazenamento do aparelho e o desempenho da bateria.
Um smartphone realmente personalizável (pelo menos nos EUA)
O Moto Maker é uma ferramenta que [inicialmente só] os americanos terão pra montar seu próprio Moto X. Segundo o vídeo de apresentação do Moto Maker o site é intuitivamente fácil de mexer e promete proporcionar um nível de personalização sem precedentes no mercado de smartphones.
Você pode escolher a cor da traseira; da frente; dos botões e detalhes do smartphone; adicionr uma assinatura (iPod, é você?); escolher um dos cases oficiais (com valor adicional); a capacidade de armazenamento (16 ou 32GB); inserir uma mensagem na tela de inicalização do aparelho; escolher o papel de parede que ele virá; e até mesmo já deixar sua conta Google pré-configurada no dispositivo. 252 combinações diferentes, que podem chegar 504 se levarmos em consideração as duas possibilidades de memória de armazenamento. E que podem chegar a ∞, se considerarmos o que a pessoa pode escrever na traseira e na tela de inicialização do Moto X. Ou seja. Você pode ter um celular definitivamente personalizado. Tudo antes de colocar as mãos nele. Incrível.
A parte ruim é que eles fizeram questão de ressaltar que isso era um benefício para os americanos, porque o smartphone seria produzido por lá. Entretanto, como temos uma fábrica da Motorola aqui em terras tupiniquins, sobra uma pontinha de esperança de que façam algo semelhante por aqui.
O Android não é puro, mas está quase lá!
Nem parece que estamos falando da mesma empresa que já colocou aquela terrível interface Moto Blur nos dispositivos Android. A nova Motorola está mantendo o Android praticamente puro, de forma que todas as intervenções realizadas não são apenas reforço de marca, mas ideias realmente úteis e a parte mais interessante da integração entre Software e Hardware.
Active Display + Google Now
Utilizando núcleos de baixo consumo de energia o smartphone consegue pulsar notificações diretamente no display. Algo parecido com o que fazer os iPhones, mas consumindo bem menos energia e de uma forma menos invasiva e mais útil que os LEDs de notificação encontrados em alguns dispositivos.
Como se não bastasse o novo sistema de notificações, o Moto X tem um sistema de escuta bem semelhante com o que ficou famoso no Project Glass, aqueles óculos do Google. Basta falar “OK, Google Now” que o dispositivo ativa uma versão digievoluída do Google Now que executa tarefas a partir de comandos de voz. Espero que esses comandos funcionem bem com o português também.
Câmera
A câmera do Moto X é outra coisa curiosamente genial. Ela foi pensada para ser simples e rápida de se usar. Quer ativar a câmera a qualquer momento? De duas chacoalhadas no dispositivo (só segure firme, pra não jogá-lo longe). Cadê o botão de disparo? Não existe. Toque em qualquer canto da tela para tirar uma foto. Segure o dedo na tela e verá seu dispositivo batendo fotos loucamente em questão de segundos. Isso sem contar a capacidade de configurações de disparo que a câmera tem.
A câmera é de 10 MP e faz vídeos em Full HD (embora alguns digam que ela tenha capacidade de tirar fotos de até 20 MP e gravar em 4K!)
Versão do Android
Eu não sei se o Google fez isso de forma estratégica, para que os outros fabricantes não pensem que a empresa está sendo privilegiada, mas o fato é que o aparelho não sairá de fábrica com a mais nova versão do Android (4.3). Ele virá com a versão 4.2.2 e pra maioria dos mortais isso não deve fazer a menor diferença.
Ah, as especificações técnicas
As especificações, como já disse lá em cima, são a última preocupação que teremos com o Moto X. Pois os recursos são o ponto forte do dispositivo, mas pra quem se importa com números, vamos lá: chipset X8 da Motorola (uma versão do Snapdragon S4 Pro da Qualcomm de 1,7 GHz, GPU Adreno 320 e 2 GB de RAM) , tela AMOLED de 4,7 polegadas, resolução de 720 por 1280 pixels e uma densidade de 316 ppi, o que deve resultar em uma tela bem nítida. O SIM utilizado será um nanoSIM. Aquela tranqueira minúscula que a Apple usa no iPhone 5.
O preço e quando chega por aqui…
A grande questão sobre o preço é que nem nos EUA foi revelado quanto custará o telefone fora de contratos com operadoras, que é de US$ 200,00 para a versão de 16GB e cinquenta dólares a mais para a versão de 32GB. Alguns estimam que fique em torno de US$ 500,00. Multiplique pela cotação média do dólar nos últimos dias, vezes as 2 primeiras unidades do sorteio da Loteria Federal e teremos o valor do aparelho aqui. Algo que eu acredito que fique entre R$ 2300,00 a R$ 2700,00.
Várias lojas brasileiras já abriram cadastro para versões nas cores preta e branca do aparelho e a própria motorola confirmou por meio de um tuíte que o smartphone seria lançado por aqui ainda neste mês. Oremos.