Hoje, 08, é o Dia Internacional da Mulher e diversas marcas se prepararam com ações sociais para celebrar a data. O Magalu aproveita a data para lançar um programa de qualificação destinado a mulheres que foram vítimas de violência doméstica.
Com o nome de Me-mpodera, o projeto foi cocriado em parceria com a Ogilvy Brasil e vai distribuir 10 mil bolsas de estudo integrais para um curso voltado ao comércio eletrônico e marketing digital, áreas com alta demanda profissional, e cujos conhecimentos também são fundamentais para pequenos negócios próprios.
“Nosso objetivo é ajudar a qualificar principalmente aquelas mulheres que dependem financeiramente de seus parceiros ou ex-parceiros, porque a dependência econômica é um dos vínculos que as mantêm presas a seus agressores”, afirma Ana Luiza Herzog, gerente de reputação e sustentabilidade do Magalu.
O programa de qualificação será ministrado pela ComSchool, especializada em e-commerce. Serão quatro módulos de conhecimento, que somam mais de 13 horas de aula, todas pela internet. O primeiro, o de E-commerce, tem cinco horas e reúne aulas sobre “Como abrir uma loja virtual de sucesso” e “Fotografia para iniciantes”, por exemplo. Há, ainda, módulos que incluem aulas de planilha eletrônica Excel e como usar as redes sociais Instagram e Facebook para vender produtos e serviços. O Magalu também vai distribuir dois tablets a cada organização parceira. Os equipamentos serão utilizados por mulheres que não têm acesso à internet.
A última fase do curso é dedicada ao tema empoderamento feminino, e terá a participação de Luiza Trajano, Silvia Chakian, promotora de justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, e Maira Liguori, diretora da ONG Think Olga. Nesse módulo, serão discutidos os tipos de violência cometidos contra as mulheres, quais são as leis que as protegem, como elas podem fazer valer seus direitos, e o conceito de “economia do cuidado”.
Para Isadora Prado, diretora de estratégia da Ogilvy Brasil, o papel da agência, principalmente em datas como o Dia da Mulher, tem sido o de pensar em ideias que ofereçam mais possibilidades, suporte e propósito para o público feminino. “O dado de que ‘46% das mulheres não denunciariam uma situação de violência porque dependem financeiramente do agressor’ nos chamou muito atenção, e foi a tensão por trás do insight de oferecer cursos de capacitação. Acreditamos que a independência financeira é um avanço importante para quebrar o ciclo da violência”.
A executiva reforça ainda os desafios pessoais de um projeto como esse, visto que mulheres ainda são as principais vítimas de violência. “Esse é o job mais difícil do ano. Difícil porque esse briefing ainda precisa existir, difícil porque é avassalador o quanto milhões de mulheres são afetadas por tantas formas de violência. Nesse contexto, é fundamental que a solução criativa vá muito além do dia 08 e seja uma contribuição efetiva para mulheres que desejam, mas não conseguem sair de relacionamentos violentos por falta de grana“.