Nos últimos anos os principais players do varejo online no Brasil se viram obrigados a se transformarem em marketplaces para conseguirem lidar com a concorrência de gigantes que têm chegado no país com estratégias cada vez mais agressivas, como Mercado Livre, Amazon, AliExpress e Shopee.
No episódio 17 do Break Publicitário, Matheus Ferreira e Erik Rocha falam sobre o crescimento deste tipo de negócio, quais as vantagens e desvantagens do modelo, além de tentar prever um pouco do que nos espera no futuro do e-commerce.
A chegada dos marketplaces
Marketplace pode ser explicado como uma espécie de shopping online, que reúne diversas marcas e logistas em uma plataforma só.
Aqui no Brasil tudo começou com o Mercado Livre que, ainda que pareça ser brasileiro, surgiu em Buenos Aires, na Argentina. Após o sucesso da companhia aqui, marcas como Americanas, Submarino e Magalu também entraram na jogada para construir seus próprios marketplaces.
Agora, as gigantes estrangeiras começam a chegar no país. Grandes nomes como Amazon, Aliexpress e Shopee chegaram no Brasil e já estão conquistando o público, seja pelo seu modo de trabalho, pelas ofertas, entre outros benefícios.
O benefício para o vendedor
Com o aumento dos marketplaces, os vendedores, principalmente os independentes, ganham mais facilidade para divulgar seus produtos, visto que ele só precisam basicamente inserir o produto na plataforma e o próprio marketplace fará a divulgação, uma vez que o produto seja vendido, ambos saem ganhando.
Dessa forma, o vendedor ganha mais autonomia porque ele tem um esforço muito menor de operação, por não precisar contar necessariamente com um estoque, não precisa se preocupar com logística porque o marketplace se encarrega da entrega e outras coisas.
O ponto fraco do marketplace
Como citou o Matheus durante o podcast, um ponto fraco do marketplace é quando existe algum problema com o produto ou fornecedor, visto que na maioria das vezes você não sabe exatamente com quem reclamar.
Existem momentos em que há uma falha de comunicação com os fornecedores, principalmente os menos conhecidos, e isso pode ocasionar na frustração do consumidor que acaba passando estresse para resolver seu problema.
Os grande players
Recentemente o Shopee e o Aliexpress começaram a investir fortemente no Brasil, seja com promoções fortes como o Shopee tem feito, ou seja com grandes investimentos em logísticas, como o Aliexpress anunciou recentemente três voos por semana para trazer encomendas e entregar os produtos em até 7 dias.
As duas marcas estão competindo fortemente pela atenção do público e, até o momento, a Shopee tinha sua vantagem por contar com vendedores nacionais, e agora o Aliexpress também anunciou que está abrindo as portas para os vendedores daqui.
Enquanto a Shopee e o Aliexpress apostam no frete grátis promocional, o Mercado Livre também não fica para trás com sua entrega Full, que garante entrega no mesmo dia para compras feitas até as 11h.
Além disso temos também o impacto da Shein, que chega com a proposta de ser um marketplace mais nichado, voltado especificamente para roupas, que tem feito bastante sucesso com o público feminino e usuários do TikTok.
“Os players brasileiros são muito acomodados”
De acordo com Yan Di, diretor geral do Aliexpress no Brasil, falta concorrência e rivalidade no mercado brasileiro. Aqui no Brasil, a única empresa que de fato se movimenta atualmente é a Magalu, que recentemente fez a compra do Jovem Nerd e já é dona do Canaltech.
Vendas totais
Como cita Erik durante o podcast, o Mercado Livre fechou o terceiro trimestre de 2020 com crescimento de 62% quando comparado ao mesmo período de 2019, gerando aproximadamente US$ 6 bilhões.
Mas esse não foi o melhor desempenho da tabela, a Amazon, subiu 24% quando comparado 2020 com 2019. A porcentagem, embora pareça pouco, representa um total de venda de US$ 52 bilhões.
Nesse mesmo comparativo, a Magalu apresentou um crescimento de 81%, com um volume de venda de R$ 12 bilhões.
Obviamente esse crescimento não surge apenas por uma vontade maior de compra do consumidor. A pandemia também foi um grande impulso para resultar no maior investimento dessas marcas em e-commerce e no volume de compra online.
É de se esperar que esse salto quando comparado 2020 com 2021 seja ainda maior.
Qual será o futuro dos marketplaces?
Ao que tudo indica, o aparecimento de marketplaces nichados, como a Shein, deve acontecer cada vez mais, principalmente no segmento de vestuário.
Além disso, essas plataformas devem voltar seus investimentos para ampliar a experiência com entregas para todo país, incluindo não só o sudeste, como também norte e nordeste, locais que geralmente sofrem muito com fretes.
Outra coisa que deve começar a rolar é o número de parcerias para oferecer benefícios para o consumidor, como a Amazon, que oferece serviço de assinatura para garantir entrega grátis, prime video e diversos outros serviços.
Como ressalta o Matheus, a ideia de se tornar um afiliado para conseguir links de comissão nas plataformas deve se tornar ainda mais frequente, principalmente por conta do alto índice de desemprego. É comum que as pessoas divulguem produtos em suas rodas de amigos ainda que não sejam influenciadores, então contar com esses links de afiliados pode acabar ajudando essas pessoas a gerar uma renda extra.
Considerações finais
Não há dúvidas que os marketplaces chegaram para ficar, seja pela vasta quantidade de produtos disponibilizados de diversas origens diferentes, pelos preços dos produtos, e pela qualidade e rapidez na entrega.
Existe espaço para todos os players no mercado e conforme a concorrência for aumentando, melhor será para o consumidor, que terá mais opções na hora de escolher.
Com a chegada de grandes nomes como Shopee, Aliexpress, Amazon e diversos outros que a gente já pode encontrar por aí, os shoppings físicos devem se tornar “show rooms” para exposição dos produtos e experiências com ativações para os consumidores.
Caso você tenha interesse em conferir toda conversa do podcast sobre a escalada dos marketplaces na íntegra você pode ouvir ou assistir o Break Publicitário em todas as plataformas digitais.