Não durou muito. Ainda nesta sexta-feira, poucas horas depois de ser anunciado com grande orgulho e entusiasmo pela Ruffles nas redes sociais, a ideia de transformar a região do Largo da Batata no Largo da Batata Ruffles foi suspensa.
A PepsiCo e a prefeitura de São Paulo haviam fechado uma parceria sem licitação ou consulta pública onde o espaço do Largo da Batata passaria por reformas e manutenção com o intuito de “proporcionar à sociedade um espaço de convivência, lazer e cultura”. O “apelido” para este novo espaço seria Largo da Batata Ruffes, um trocadinho com o nome do logradouro.
De acordo com publicação de Nabil Bonduki, arquiteto, urbanista e vereador de São Paulo no Twitter, o valor da negociação foi irrisório. A marca ofereceria a cidade bens e serviços que, juntos, somavam cerca de R$ 1,1 milhão de reais.
Ainda de acordo com o vereador, “a cessão se baseia em um decreto de 2018 de João Doria, que não é aplicável ao uso de espaços públicos. Mesmo assim, o processo avançou na Subprefeitura de Pinheiros sem análise da CPPU, órgão que deveria avaliar a exposição de marcas”. O caso jogou a Pepsico completamente dentro de uma crise.
Prefeitura de SP volta atrás
De acordo com a Exame, uma autoridade da prefeitura comentou, de forma reservada, que a parceria inicial previa que o largo da Batata fosse adotado pelo Pepsico, que poderia fazer reformas no local, sem custo para a prefeitura, em troca de poder exibir pequenas placas no local, como é feito em várias praças da cidade.
No entanto, quando a Pepsico teria começado a divulgar a parceria como se fosse uma mudança de nome do local, e passou a usar a ação em uma grande campanha publicitária, a prefeitura decidiu rever o acordo.
“A Prefeitura de São Paulo informa que tornou sem efeito nesta quinta-feira (12) o Termo de Doação Nº 06/SUB-PI/2024 objetivando a reanálise documental e tempo hábil para manifestação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) a respeito da proposta de parceria para o Largo da Batata”, disse a prefeitura, em nota.