A promessa do futuro da tecnologia é a tecnologia vestível. Com o anúncio do Google Glass, e um iminente lançamento de relógios do Google e da Apple, a Samsung correu e conseguiu ser dos primeiros grandes players a lançar um smartwatch. Mas o que poderia ser um grande passo para a computação de vestir acabou se tornando um produto meio Frankenstein, que é até interessante, mas peca em alguns pontos bobos.
Hardware
Falando em músculos, o Galaxy Gear tem um processador Exynos de 800MHz e 512MB de RAM, uma tela Super AMOLED com resolução 320×320, memória interna de 4GB e uma câmera de 1.9 Megapixels. Além do mais, ele tem auto falantes e microfones para facilitar em chamadas. Enfim, é um Relógio do Silvio Santos desenvolvido. Parece ser bom, mas não é exatamente o que se espera de um smartwatch. Ainda mais se estivermos falando de Android.
Design
Bom. Vou começar pelo fim: é feio pra %$#@! Eu não sei o que aconteceu com a Samsung nos últimos anos, mas o Design dos produtos está piorando com o tempo. Eu ainda não peguei o relógio pessoalmente, mas pelas imagens da pra notar alguns pontos-chave que fazem ele ser bem zoadinho. 11mm de espessura. Ou seja, parece que você tá com um biscoito Passatempo recheado no seu pulso. Depois, vem essas bordas, bordas e mais bordas. Que, obviamente só estão ali pra dar espaço pros componentes internos. Depois essa câmera, que cria uma anatomia bem feia na pulseira.Depois, essa interface, que nem de longe chega a lembrar a Touchwiz. O resultado? Um produto bem diferente da identidade que a empresa vem seguindo e com um ar de xing ling.
Como fazer isso de uma forma bonita? Bem… o projeto independente Pebble e o Smartwatch, da japonesa Sony já cansaram de dar bons exemplos.
Mas não há nada de mal com o aparelho e essas especificações, certo?
Bem. Estaria certo, se não fossem as funções. Funções. Funções. O smartwatch da Samsung faz e recebe ligações, reconhece recursos de voz, envia e lê mensagens de texto, controla a mídia em execução no telefone e tem até um pedômetro embutido pra tentar tomar o espaço do Sportwatch, talvez o maior foco da computação como relógio que temos hoje.
Todas essas funções nós já esperávamos e até mesmo já tínhamos em outros dispositivos, como o Pebble e o Smartwatch da Sony, como vimos acima. E a novidade? Talvez a única surpresa desse desse dispositivo foi a câmera, mas ela é tão ruim que uma utilização plausível deverá ser bem rara.
Tem como ficar pior? Tem!
Estamos falando de um Android, um ecossistema aberto, com uma enorme gama de compatibilidade, certo? Não. Estamos falando de um dispositivo Samsung, que conversa apenas com dispositivos Samsung, mas espere. Nem todos os dispositivos Samsung. Aliás, quase nenhum dispositivo Samsung. Por enquanto, só dispositivos com Android 4.3. Sabe o que isso quer dizer? Que por enquanto, só o Galaxy Note III. Sim, ele foi lançado e, não, ninguém tem. Mas a empresa prometeu atualizar outros dispositivos com o Galaxy SIII e SIV, Note II e etc.
E antes que eu me esqueça, a bateria promete durar 25 horas, portanto, prepare carregadores, compre filtros de linha, estabilizadores, no breaks, porque a quantidade de coisas pra recarregar no fim do dia será grande.
Resumindo
No final dessa história, o dispositivo é bacana, mas infelizmente não proporciona algo realmente inovador e facilitador. Acho que vale a pena voltar a depositar expectativas em uma nova empresa. Não sei em qual, porque se o Galaxy Gear pareceu fechado, um dispositivo da maçã seria ridiculamente mais fechado. Pelo menos em questão de design e de recursos eu tenho certeza que a Apple acabaria fácil com esse dispositivo.
O Google adquiriu recentemente uma empresa que desenvolve telefones inteligentes e isso pode significar ótimas esperanças visto o excelente trabalho que a empresa vem fazendo com seus dispositivos Nexus e principalmente com o Google Glass. Portanto, embora seja interessante comprar um relógio inteligente hoje, acho que ainda não temos boas opções. Pelo menos o meu bolso agradece.