Se você utiliza apps de delivery como o iFood com frequência, já deve ter notado que a moda agora é imagens e descrições geradas por inteligência artificial. A atitude tem gerado críticas de muitos consumidores nas redes sociais e chamando a atenção para um posicionamento mais firme das empresas responsáveis por esses serviços.
Neste episódio do GKPBcast, Matheus Ferreira, Caroline Ferradosa e Victor Alexandro debatem sobre o assunto e tentam chegar, juntos, em soluções. O episódio também conta com a participação de Thássius Veloso. Jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Thássius fez uma matéria que trouxe luz para o tema e também apontou o caminho que o iFood pretende seguir.
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Resumo do episódio
O uso crescente da Inteligência Artificial (IA) em aplicativos de delivery, especialmente no iFood, que domina 80% do mercado brasileiro, está gerando uma onda de insatisfação entre os usuários. A discussão no episódio do GKPBcast, com a participação de Thássius Veloso, aponta que a IA está “arruinando” a experiência de consumo, principalmente através de descrições de produtos e imagens geradas artificialmente.
Um dos problemas mais evidentes é a dificuldade dos usuários em identificar o que estão pedindo. As descrições de cardápios, muitas vezes criadas por IA, são excessivamente adjetivadas, mas carecem de informações essenciais sobre os ingredientes, tornando a escolha do prato confusa. Esse uso indevido da IA por parte dos restaurantes, impulsionado pela percepção de que a concorrência utiliza a tecnologia para impulsionar vendas ou por “coaches de iFood”, resulta em informações enganosas ou incompletas, frustrando o consumidor.
Embora o iFood permita o uso de IA nas imagens, sua diretriz de que as fotos devem representar o produto de forma coerente é considerada vaga. A plataforma não oferece um manual de boas práticas para os lojistas e, apesar de ser baseada em dados, não desencoraja ativamente o uso de IA, mesmo com evidências de que imagens reais geram maior conversão. As imagens geradas por IA são frequentemente criticadas por serem genéricas, sem apelo e por não corresponderem à realidade do produto, uma prática que no Japão, por exemplo, é severamente regulamentada por leis de defesa do consumidor que exigem fidelidade visual.
A dominância do iFood no mercado brasileiro, que beira os 80%, é vista como um fator agravante. A falta de concorrência e a ausência de regulamentação adequada abrem espaço para práticas como contratos de exclusividade e taxas elevadas. O Procon já atuou diversas vezes contra o iFood, multando a empresa por exigir valor mínimo em pedidos e por má prestação de serviço, incluindo cobranças indevidas. Diante dessa insatisfação, restaurantes e consumidores começam a buscar alternativas à plataforma. A discussão aponta para a urgência de uma regulamentação clara para o uso da IA na publicidade, especialmente em setores como alimentos, moda e beleza, onde o potencial de enganar o público é significativo.
Como a IA está destruindo os apps de delivery – Completo no Spotify
Episódios anteriores:
- Como criar conteúdo acessível (com Bruno Rocha, da Dorina Nowill);
- As marcas brasileiras mais valiosas de 24/25;
- Como a Coco Leve conquistou o Brasil (com Pedro Henrique).