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    A velha história da forma versus conteúdo em Only God Forgives

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    Um desafio a quem assistir Only God Forgives: não ficar comparando com Drive (do mesmo diretor e também com Ryan Gosling no elenco) a todo momento. Em Drive, Ryan Gosling é um protagonista à parte do mundo, uma peça aparentemente solta, jogada na cidade. Por esse motivo, ele é calado, não fala muito por ter dificuldades de se relacionar. Guarda um mundo de sentimentos por baixo da cara fechada. Falo bastante desse personagem porque em Only God Forgives assistimos à mesma situação no que diz respeito a Ryan – o que seria normal, se ele não fosse um traficante de drogas nada misericordioso metido no submundo do crime tailandês. Estranho um dealer ser tão quieto e inexpressivo a ponto de irritar quem vê tudo aquilo. A gente, no caso. É difícil não associar Drive a Only God Forgives, justamente por ter sido feito pelo mesmo diretor, com o mesmo ator (que aqui não é o protagonista) e que mostra alguns pontos em comum, como a quase batida dificuldade de se comunicar e criar laços afetivos. Sobre esses laços afetivos, diga-se de passagem, o destaque é para a relação entre Gosling e sua mãe, uma típica “biscate”.

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    O filme é um grande exemplo de forma sem (muito) conteúdo. Eu pensei bastante a respeito do filme e venho pensando desde que assisti, dois dias atrás, e é fácil ver que a forma (ou seja, o visual) se sobrepõe à história, ainda que a qualidade do que literalmente vemos seja inquestionável. É tudo de um grande rigor técnico. De cair o queixo. O clima remonta, em muitos momentos, ao universo de David Lynch, por parecer que estamos imersos num sonho onde não é muito clara a definição de realidade, sonho, pesadelo, devaneio ou puro delírio. As cores, os takes, os ângulos e movimentos de câmera e as expressões reforçam ainda mais essa sensação de “is this real life?”. E isso é muito bom, porque faz de Only God Forgives uma experiência, além de cinematográfica, bem sensorial. Prepare-se para cores fortes e marcantes: um ambiente imerso num vermelho de arder os olhos; um amarelo de nos deixar ouriçados; um azul que tenta apaziguar. É um filme visualmente limpo, que de certa forma se desliga de sua temática, mas não de sua morbidez.

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    A história, que eu não vou perder tempo contando, fala sobre vingança. E, como em todo filme de vingança, há muitas mortes, sangue, tramas que confundem devido aos níveis hierárquicos quase incompreensíveis que o crime possui  tudo aquilo que a gente já sabe. A diferença, aqui, é a forma como tudo é mostrado. O filme é silencioso, estático e “solto” e alguns detalhes da história não são mostrados, o que não seria um grande problema, mas que deixa o filme elíptico demais; tudo bem algumas pontas ficarem soltas, mas chegamos a sentir falta de passagens mais concretas e explícitas e de uma maior versatilidade na atuação de Gosling (que, como eu disse, não é o protagonista, mas é destaque o filme inteiro). É comum estarmos imersos numa cena e, de repente, nos depararmos com um corte que leva a um novo contexto. É isso que quero dizer quando afirmo que o filme é solto – o fio condutor, em alguns momentos, parece ser um fiapo prestes a se romper.

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    A cada minuto que passa, temos a sensação de que o que se vê no filme é mais importante do que aquilo que se absorve e se entende. Não se aflijam: dá pra entender, mas o filme poderia entregar mais coisas. Não é envolvente e não tem força narrativa; é frio como os criminosos que jogam uma panela de óleo quente no rosto do inimigo como se fosse água. Como é um filme que se passa na Tailândia e que fala de vingança e redenção, já sentamos em frente à tela – do computador, no meu caso, já que não tenho paciência pra novela da distribuição nos cinemas brasileiros – esperando algo mais denso do que realmente nos é apresentado. Para os olhos, é um prato cheio.

     

     

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