Hoje os olhos do país e do mundo estarão voltados para o Brasil, mas a Rovio acredita que é uma boa data para o lançamento de mais um game com seus pássaros nervosos: o Angry Birds Epic. Com o lançamento do game, serão pelo menos 10 jogos lançados pela franquia. Será que existe público pra isso tudo?
Eu conheci o Angry Birds em 2010, quando comprei meu primeiro telefone. O jogo pareceu bem legal. Ainda mais que, na época ele foi um dos precursores a apostar no formato gratuito com exibição de anúncios na plataforma do Google que ainda estava começando a tomar forma. Mas até hoje eu nunca consegui terminar de jogar. Por quê? Por vários motivos.
Muitas, muitas fases
O jogo tem fases demais! Só a primeira versão do Game possui 28 grupos com 14 fases cada um. Isso dá 420 estágios diferentes para passar. E não é só passar. É passar e conseguir 3 estrelas ou seja, você provavelmente jogará muito mais de 420 vezes para poder concluir o primeiro game. Isso é tempo demais pra um jogo.
É enjoativo
Mas se pelo menos as fases fossem diferentes, a gente poderia considerar: olha temos bastante coisa legal e diferente pra fazer dentro do game; mas não. A jogabilidade é a mesma em todas as fases, mudando apenas algumas coisas do cenário e funções dos pássaros. Depois de um tempo jogando, parece que você está na mesma tela há horas.
A Samsung dos Apps
Se o mercado de games já é bastante competitivo, a Rovio acaba concorrendo com ela mesma: Angry Birds, Angry Birds Seasons, Angry Birds Rio, Angry Birds Star Wars, Angry Birds Go!, Bad Piggies, Angry Birds Friends, Angry Birds Space, Angry Birds Star Wars II e agora Angry Birds Epic.
Eu não estou falando que não seja financeiramente rentável. Aliás, melhor competir consigo mesmo, que com outros desenvolvedores. Mas é quase como se a Rovio fosse a Samsung dos games. Com muitas opções o público acaba se perdendo.
Por exemplo: no início eu conseguia acompanhar praticamente todos os telefones da coreana e assim perceber o que era melhor de cada um. Hoje, com tantas opções eu só consigo focar no Galaxy S. E nem um “Galaxy S” a Rovio tem.
Angry Birds é tão 2011…
A Rovio foi extremamente inteligente em trazer os pássaros pra fora da telinha dos tablets e smartphones com o licenciamento de produtos oficiais. O problema é que eles foram praticamente prostituídos. Bolsas, bichos de pelúcia, materiais escolares, camisetas, enfim. A lista é tão, mas tão grande que eu ficaria horas aqui digitando e ainda não teria encontrado tudo.
Eu sempre uso o Mário Bros como comparação. O Mário é clássico. No mundo Geek então ele é amplamente utilizado. Mas a imagem dele foi trabalhada com cautela pela Nintendo. E talvez isso seja uma vantagem de se ter feito sucesso em um mundo bem menos globalizado que hoje. O fato é que hoje, 29 anos depois do seu lançamento, ele continua atual.
Mas é um jogo diferente!
Sim, é um jogo diferente. Angry Birds Go! e Angry Birds Space, por exemplo, foram títulos com jogabilidade bem diferente do que estamos acostumados. Mas ainda são os mesmos pássaros enjoativos de sempre.
Eu ainda não consegui instalar o novo Angry Birds Epic pra dizer se eu vou pagar minha língua ou é realmente mais do mesmo. Mas eu espero que eu esteja realmente errado sobre o novo título. Para o bem da Rovio, e do mercado de games para dispositivos móveis.