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    As Canções, de Eduardo Coutinho, é um filme sobre o amor

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    Acabei de assistir ao filme As Canções, de Eduardo Coutinho. Foi um sacrifício assistir… perdi no cinema quando lançou, perdi quando ele passou na Mostra Internacional de Cinema aqui em SP e depois perdi mais uma vez quando fizeram uma retrospectiva do trabalho do cineasta. Eis que, durante o feriado, um amigo veio me falar que um torrent do filme estava disponível. Coloquei pra baixar na hora e fui correndo assistir.

    O modo de filmar de Coutinho é “cru”, o que não significa, de forma alguma, que o tratamento dado às entrevistas – ou seu resultado – seja insensível. Absolutamente o contrário. Em As Canções, a emoção está à flor da pele em cada segundo, em cada depoimento. Talvez por isso o filme seja tão simples tecnicamente, porque o que realmente importa é a história, é a intimidade que Coutinho consegue extrair, e isso com duas ou três perguntas que não são profundas, mas que servem de ponto de partida para que o fio da vida seja desenrolado pelo próprio entrevistado. A profundidade das perguntas também está longe de ser um problema e na verdade só nos mostra como aquelas pessoas se sentem à vontade falando sobre suas vidas tão naturalmente, embora estejam contando para um desconhecido à sua frente e para milhares de desconhecidos que estão do outro lado: nós.

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    A premissa do filme é básica: os entrevistados devem falar qual é a música que mais marcou sua vida e falar sobre o momento que foi vivido ao som da tal canção. Não é de se espantar que apenas um ou dois depoimentos não sejam sobre o “amor de casal”. Costuma-se, quase que de forma unânime, relacionar os momentos a dois, sejam eles felizes ou tristes, a músicas românticas. Ou seja, os romantiza-se ainda mais aquele momento e, consequentemente, o amor. Quando há uma decepção no meio, então, o momento fica ainda mais romantizado. O filme mostra pessoas saudosistas e, como sabemos, saudosismo leva à tristeza, mesmo que essa tristeza seja só um suspiro de saudade e nada mais, embora quase sempre tenha uma carga mais forte do que isso. Ao relembrarem suas vidas e seus amores, os entrevistados (e nós, porque a essa altura tudo se funde, entrevistado e espectador) revivem de forma intensa, a ponto de não conseguirem terminar de cantar. E nós vamos na onda e choramos… e cantamos. Mas, no meio de tudo isso (assim como na vida), às vezes encontramos meios de rir da própria situação.

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    É impossível não se identificar ou não pensar em músicas e mais músicas que fizeram parte da nossa vida. Um amor que se foi, um amor que durou pouco, um amor que durou muito, um momento inesquecível ao lado da mãe, ao lado do pai, erros, acertos, arrependimentos, alegrias… As Canções proporciona um sem número de sentimentos. Um dos entrevistados, inclusive, diz que a música é maneira que temos de lembrar o que vivemos e que, sem a música, não há como lembrar efetivamente. Eduardo Coutinho é mestre em nos fazer avaliar a vida a partir da vida de outras pessoas, que tanto parecem a nossa. Seus documentários mostram que a vida do outro não se difere muito da nossa, coloca todos no mesmo nível. Seja um senhor de idade relembrando seus anos dourados no exterior e cantando Frank Sinatra (em Edifício Master), seja uma senhora falando que se apaixonou à primeira vista num trem que partiu da Central do Brasil (em As Canções mesmo) ou o depoimento que for, a gente aos poucos percebe que todos temos bagagem; todos temos sentimentos parecidos. Somos universais, apesar das particularidades.

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    Sob um ponto de vista racional, pensando em tudo que acompanhamos no filme é possível ver como a gente idealiza o amor e a vida. Em um dos depoimentos, uma senhora conta que, de tanto ódio do marido e depois de sofrer tanto e de dar uma reviravolta, comprou uma arma e apontou para o rosto do “amado”, mas misteriosamente a bala não saiu. Quando Coutinho a pergunta se o relacionamento foi bom, ela responde repetidamente: “foi bom, foi muito bom”. O tempo cura? O tempo cura e, além de curar, faz com que as pessoas lembrem apenas os momentos bons. E isso é maravilhoso… se não fosse assim, a vida não seria vida, seria a via crucis.

    O amor pode assumir várias formas. No filme, ele se mostra como correspondido, como não correspondido, como a válvula de escape para tanta tristeza que existe no mundo… É muito bom saber que, por debaixo das caras amarradas, da pressa, da loucura e da rapidez da vida, as pessoas têm histórias emocionantes pra contar e ainda muita coisa pra viver e muito amor guardado no peito. O importante é sentir. É como a senhora do filme diz, ao contar que não ligaria se o marido tivesse amante e se ele não a amasse: “Não precisa de você me amar não, bem. O meu amor dá pra nós dois e ainda tem de sobra”.

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