Com a popularidade do Google Veo3, a mesma ferramenta de IA utilizada para a criação de personagens como a Marisa Maiô, o uso de Inteligência Artificial para gerar vídeos e mais vídeos com memes e os mais variados tipo de conteúdo aumentou consideravelmente. Visualizando esse movimento, o chefe editorial e de contato com criadores do YouTube, Rene Ritchie se pronunciou a respeito.
A partir da próxima terça-feira (15/07) a plataforma do Google deve atualizar suas políticas de monetização com muito foco em reduzir a inserção de vídeos “não autênticos” e conteúdo de baixa qualidade gerado por IA no YouTube.
As novas diretrizes anunciadas devem instruir os criadores de conteúdo sobre o que seria considerado algo como “não original” e “repetitivo”. Ainda de acordo com Rene, a mudança não deve limitar a monetização de formatos populares como vídeos de react ou inserção de vídeos de terceiros em momentos do conteúdo completo.
Segundo Ritchie, a alteração representa uma “pequena atualização” das diretrizes vigentes, visando aprimorar a identificação de conteúdo massificado ou repetitivo. Ele enfatizou que esse tipo de material já estava excluído da monetização há anos, sendo comumente rotulado pelos próprios usuários como spam.
Problemas com a IA no YouTube
Como bem apontado pelo portal Tecnoblog, o YouTube tem enfrentado uma crescente proliferação do chamado “slop” de inteligência artificial, expressão que define conteúdos de qualidade inferior criados por sistemas de IA generativa. Essa categoria abrange desde narrações sintéticas aplicadas sobre imagens e clipes até a reutilização de material existente através de tecnologias de conversão texto-vídeo.
O jornal britânico The Guardian documentou situações envolvendo canais com milhões de seguidores especializados em música artificial e vídeos fraudulentos desenvolvidos com essa tecnologia.
Um caso emblemático foi revelado pelo 404 Media: uma série viral sobre crimes reais no YouTube foi completamente produzida por inteligência artificial. Paralelamente, em março, criminosos utilizaram a imagem do CEO da plataforma em um esquema de phishing gerado por IA, operando dentro do próprio YouTube.
Como as novas políticas do YouTube afetam criadores de conteúdo?
Em seu vídeo no YouTube, Rene fez questão de utilizar um tom tranquilizador visando garantir que criadores de conteúdo real da plataforma não seriam impactados diretamente com essa nova decisão. Entretanto, alguns comentários levantam pontos interessantes sobre a falta de transparência quando o assunto é mudança de termos e/ou no algoritmo.
Apesar do esclarecimento afirmar que vídeos de react não seriam afetados, usuários apontam que reações a vídeos de IA deveriam no mínimo receber uma penalização de 50% em sua receita sobre o vídeo. De outro lado, alguns usuários questionam quais seriam os critérios para considerar um vídeo “repetitivo” visto que muito conteúdo dentro do YouTube pode contar com certa similaridade.
Em plataforma de dúvidas disponibilizada pelo próprio YouTube, a informação que temos até o momento sobre o que será atualizado é essa abaixo:
[Julho de 2025] Atualizações nas políticas de monetização do Programa de Parcerias do YouTube (YPP): Para gerar receita como parte do Programa de Parcerias do YouTube (YPP), o YouTube sempre exigiu que os criadores enviassem conteúdo “original” e “autêntico”. Em 15 de julho de 2025, o YouTube atualizará nossas diretrizes para identificar melhor o conteúdo repetitivo e produzido em massa. Esta atualização reflete melhor a aparência do conteúdo “inautêntico” hoje.
Você pode conferir mais sobre as atualizações para creators no YouTube clicando aqui.