God Bless America, um filme de Bod Goldthwait de 2011 e um dos poucos que dizem tanto sobre os Estados Unidos. Sem o eufemismo e a super valorização do povo e de sua cultura, é uma crítica pesada aos costumes e cotidiano de seu povo.
Uma tipica comédia de humor negro e sátiras por todo lado. Claro e objetivo sem muitos rodeios, Bod Goldthwait consegue envolver e entreter o telespectador com um argumento um tanto delicado que guiará para um discurso “que merda estamos fazendo com nós mesmos?!”.
Chegamos até a nos identificar por diversas vezes com a dupla (Frank e Roxy) através de diversas quadros que se passam, deixando totalmente de lado o senso ético e dando espaço a uma moral até então adormecida. Esquecemos do politicamente correto e nos deixamos levar, chegando até a torcer pelo massacre que está por vir, porque no fundo concordamos com seus bem estruturados argumentos. Afinal, quem nunca teve vontade de agir por conta própria e acabar com pessoas desagradáveis?
Somos, infelizmente, nada mais, nada menos que uma réplica da sociedade moderna, manipulado pelos seus ideais de cultura e sociedade, guiados principalmente pelo meio de massa, TV. Sim, a TV é muito mais que um bloco a cores que transmite entretenimento. É um meio de nos transformar em meros consumidores baratos.
O filme é muito bem empenhado em seu papel de dizer: “Para tudo e reparem um pouco em volta, tomem as rédias de suas atitudes e percebam no que estamos no tornando”. Longe de uma historinha de romance casual ou uma super produção hollywoodiana, God Bless America me lembra muito a ideologia trazida nos filmes de Godard. Claro, que longe do cenário de background francês e sem a maestreza do mesmo, mas adaptado a um cenário americano moderno. É um filme que está além do seu papel fílmico de entretenimento, passando uma mensagem um tanto rica para uma sociedade que parece que deixou lado seus próprios ideais.
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Enfim, é um humor cético, porém real. Recomendo a todas as classes, gêneros e idades.