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    Especial: Por dentro do GenoFuture Brasil 2014. O Fórum de Inovação em Life-Sciences da Intel que aconteceu SP

    EM GKPB.COM .BR

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    ✨ O que você precisa saber:

    • Aconteceu o evento GenoFuture Brasil 2014, promovido pela Intel pela primeira vez no Brasil, abordando ciência, tecnologia e publicidade.
    • O evento reuniu especialistas em genômica para discutir os desafios tecnológicos na área, atraindo pesquisadores de bioinformática.
    • A Intel buscou destacar sua divisão de Life Sciences, discutindo avanços em sequenciamento de DNA, processadores Xeon e computação de alta performance.

    Aconteceu ontem, dia 17 de Setembro, o evento GenoFuture Brasil 2014 promovido pela primeira vez no Brasil pela empresa Intel. Vamos lá, esse post pretende falar sobre ciência, tecnologia e publicidade. Tudo junto e misturado.

    A ideia do evento foi reunir os maiores nomes da área de pesquisa e desenvolvimento em genômica num auditório e, segundo o porta-voz da empresa, ouvir dos especialistas brasileiros quais são os desafios em termos de tecnologia que eles estão enfrentando em suas pesquisas. A Intel quer ouví-los, disse o diretor da divisão de Life Sciences da Intel.

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    Primeiro, eu nem sabia que a Intel tinha uma divisão destinada a pesquisa, desenvolvimento e inovação em Ciências da vida. E mais, um dos palestrantes estrangeiros representando a empresa disse que isso é normal, toda empresa hoje em dia tem uma divisão de Life Sciences, incluindo gigantes de Wall Street como o banco de investimentos Goldman Sachs.

    Até aí tudo bem, mas fiquei encafifado com o porque da Intel promover tal evento. Ah, eles são bonzinhos e se importam de verdade com o bem estar das pessoas. Pode ser um dos motivos, mas especulo que esse tenha sido também um evento publicitário. Vejam bem, para aqueles que sabem analisar bem uma estratégia publicitária, aqui vão algumas informações:

    As ciências biológicas têm passado por um momento muito peculiar, a definição de novos paradigmas diriam os mais mimimis. Muito esforço foi feito nas últimas décadas no sentido de desvendar a estrutura da molécula de DNA e entender o código no qual as informações genéticas são codificadas e passadas de geração para geração.

    Felizmente, muitas das limitações metodológicas dessa tarefa foram superadas e os chamados sequenciadores next generation permitem hoje o sequenciamento de amostras de DNA de forma relativamente simples e a custos cada vez mais baixos. Pra vocês terem ideia, estamos falando de R$1000 para sequenciar um genoma inteiro.

    Existe uma pegadinha do malandro nesse cenário de filme de ficção científica: Os sequenciadores não entregam um genoma bonitinho todo montado e com grifos em marca-texto gritando onde estão os seus genes relacionados ao câncer e a probabilidade de você ter uma doença com P-value < 0.005. Sabe de nada inocente… Os arquivos gerados são similares a arquivos de texto compostos de milhões de sequências de aproximadamente 200 letrinhas ACT ou G. Só isso, sem mais. Um arquivo de texto de dezenas ou centenas de GB diga-se de passagem.

    Com esses arquivos em mãos, cabe a bravos ciêntistas extrair informações dessa sopa de letrinhas e dar algum significado a essas sequências. Eram justamente os pesquisadores da área de Bioinformática que a Intel buscou atrair para o evento, e portanto, temos o público alvo muito bem delimitado.

    Mas é um público bem reduzido, eu mesmo me questionei. Foi quando me apontaram o óbvio: Os pesquisadores cabeça de grande instituições de pesquisa brasileiras estavam ali e são eles, que com uma simples canetada (ok, nem tão simples no caso de instituições públicas) gastam centenas de milhares senão milhões de reais para construir a infra estrutura de storage e servidores que irão lidar com os PetaBytes de dados gerados nas pesquisas.

    É legal frisar esses PETABYTES porque é muito dado minha gente. No slide da palestra de um pesquisador do Broad Institute ligado ao MIT e Havard, lia-se um gráfico comparativo de dados gerados em 2013 por diferentes empresas, e veja bem, Amazon e Facebook somados geraram menos dados do que o Broad Institute. E é claro, só perdendo para o gigante da tecnologia Google, que embora tenha gerado o dobro de dados, cresce em ritmo mais lento do que o do instituto de pesquisa. Ouvi risadas nesse último comentário do palestrante, mas eu fiquei foi é com medo…

    Enfim, teve o público-alvo, teve os milhões R$, teve o advertising /o/

    Não que precisasse, porque a marca intel estava em todo lugar do auditório, do crachá, dos slides. E para verbalizar o óbvio, quem é mesmo a empresa competidora da Intel? A…M… alguma coisa…risos

    Mas teve uma apresentação bastante interessante. Sei de nada inocente quando achei que eles falariam dos processadores i3, i5, i7. Só falou-se em HPC (High performance computing) e nos processadores Xeon (Descobri que a pronúncia é “zeon”). Existe um processador Xeon Phi para computação paralela que olha… coisa fina. E teve hardwares desenhados para trabalhar melhor com determinados softwares, além dos próprios softwares que a empresa desenvolve e um brinde útil e bem pensado.

    Ao final do evento, o presidente geral da divisão brasileira da empresa disse algumas palavras e frisou a importância daquele evento para o Brasil e para a ciência.

    Evento (ou estratégia de marketing se vocês preferirem) show de bola, é o que eu tenho pra dizer!

    Publicado por Deyvid Amgarten – Mestrando em Bioinformática pela USP.

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