O Belas Artes é uma espécie de templo sagrado dos cinéfilos paulistanos. E depois de um conturbado fechamento que durou mais de três anos o cinema de rua mais famoso da cidade está de volta e já tem até data: 20 de julho.
Eu não sou dos maiores fãs da sétima arte, mas um pouco da minha história está no Belas Artes. Tudo bem, minha pipoca preferida ainda é a do Cinemark, mas o Belas Artes era um lugar diferente de praticamente todos os cinemas paulistanos e por esse motivo, era mais que um cinema; era uma fuga da vida caótica da maior metrópole da América Latina para vivenciar um espírito cultural que só quem o frequentava consegue explicar.
Tá achando que eu sou exagerado? Talvez. Mas pelo menos 100 mil pessoas que também assinaram uma petição pedindo a volta do cinema devem concordar comigo.
Em meio a tantos Cinemarks, iMaxes, Cinépolis com suas cadeiras superconforáveis, food service, quarta dimensão e todo o blá blá blá que qualquer viciado em tecnologia teria bastante curiosidade de experimentar; o que prevaleceu foi a experiência intangível, o refúgio e o carinho que nós, seres humanos criamos por pessoas, filmes e até mesmo cinemas, como é o caso.
Belas Artes, meu amor. Você infelizmente só voltou depois que eu já deixei a cidade de São Paulo. Eu sinto quase como se tivéssemos em um filme de romance onde o casal no ponto mais auge de seu relacionamento fossem obrigados a se separar por uma vilã incansável chamada capitallismo.
Mas você está de volta. E, assim como nos melhores finais, o amor e a paixão sempre vencem qualquer barreira.
“O Belas Artes não é um negócio, é um projeto.” Andre Sturm.
Este não é um artigo comum, ele é um desabafo. Uma declaração.