YouTube anuncia no TikTok para atrair creators nos EUA

O TikTok vem enfrentando dificuldades nos EUA. Desde a sua “quase queda” — quando o aplicativo chegou a ser removido temporariamente — muito se discute sobre o futuro da plataforma no país, agora sob o governo de Donald Trump. A concorrência já se movimenta para conquistar essa fatia de mercado, atualmente dominada pela ByteDance. Primeiro, a Meta anunciou o app Edits para rivalizar com o CapCut. Agora, o YouTube adota uma estratégia ainda mais agressiva, investindo em anúncios na concorrência para atrair usuários.

De acordo com o portal de notícias Ad Age, o YouTube está investindo até mesmo em press kits para creators populares dentro do TikTok, “Nunca pensei na minha vida que seria um YouTuber; era literalmente meu sonho no ensino médio, e agora estou ganhando um presente deles!”, disse um criador em uma postagem patrocinada que o YouTube exibiu recentemente na plataforma, onde o creator exibiu brindes que recebeu.

Vale lembrar que desde 2021 o YouTube vem tentando alcançar o TikTok, com o lançamento do Shorts que aos poucos vem ganhando espaço no cotidiano dos usuários, mas aparentemente essa era a deixa perfeita que o Google estava esperando, visto que o aplicativo da ByteDance está fora da Play Store de lá desde o dia 19 de janeiro. Além disso a Apple também removeu o app da App Store.

Enquanto provedores de lojas de aplicativos como Google e Apple bloquearam o TikTok de suas lojas desde o final do mês passado, usuários tem buscado alterativas em outras empresas de tecnologia americanas, incluindo a Oracle Corp., que trabalham para manter a plataforma operando com as garantias de Trump de que a lei existente não será aplicada até abril.

Outro portal de notícias estadunidense, o Bloomberg News afirmou ter visualizado um dos anúncios do YouTube dentro do TikTok. “Começar no YouTube nunca foi tão fácil, veja sua paixão render no YouTube”, dizia o anúncio que, segundo o portal, foi curtido milhares de vezes.

Por que o TikTok corre risco de ser banido?

O TikTok enfrenta a possibilidade de ser banido nos Estados Unidos devido a preocupações do governo americano sobre a segurança nacional. As autoridades temem que a ByteDance, empresa chinesa proprietária do TikTok, possa ser obrigada a compartilhar dados dos usuários americanos com o governo chinês, o que representaria um risco potencial de espionagem. A ByteDance nega essas acusações, afirmando que nunca compartilhou informações dos usuários e que os dados dos americanos são armazenados fora da China.

Em abril de 2024, o presidente Joe Biden sancionou a Lei de Proteção aos Americanos Contra Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros, que exige que a ByteDance venda as operações do TikTok nos EUA para uma empresa não chinesa dentro de um prazo de 270 dias, com possibilidade de extensão por mais 90 dias. Como esse processo não ocorreu, o aplicativo foi ser removido das lojas de aplicativos da Apple e do Google, se tornando inacessível para novos downloads e atualizações. Essa situação mudou brevemente após a eleição de Donald Trump, visto que o mesmo adiou a punição da plataforma para que fosse possível normalizar sua situação no país.

A ByteDance tem contestado a legislação na justiça, argumentando que a proibição violaria os direitos de liberdade de expressão de milhões de americanos. O futuro do TikTok nos EUA permanece incerto, e a situação continua em desenvolvimento.

Enquanto tudo isso acontece há também uma disputa entre grandes nomes norte-americanos para descobrir quem irá colocar as mãos no TikTok. Dentre eles, o criador de conteúdo MrBeast afirma que está na expectativa de conseguir participar das negociações pela plataforma, como foi afirmado para o portal Bloomberg, mas a ByteDance segue afirmando publicamente que não está considerando nenhuma venda desse tipo.

Ainda antes do app ser bloqueado nos EUA, MrBeast havia realizado uma publicação no X brincando com a ideia de comprar o TikTok. Obviamente o influenciador não tem tanto dinheiro assim para comprar a plataforma, que de acordo com a Forbes, pode valer entre US$ 20 a US$ 300 bilhões, mas o mesmo respondeu sua própria publicação posteriormente afirmando que alguns bilionários entraram em contato sobre a ideia.

Até o momento dessa publicação, o atual cenário do TikTok nos EUA ainda não mudou. A ByteDance tem até abril de 2025 para resolver a questão, ou seja, vender suas operações nos EUA para uma empresa não chinesa.