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    Aqualuz: dispositivo ajuda a população a purificar água de cisternas por meio da luz solar

    Neste episódio nós vamos falar com a Anna Luísa Bezerra, sobre o Aqualuz. Um dispositivo que busca ajudar a população a purificar água de cisternas por meio da luz do sol.

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    Neste episódio nós vamos falar com a Anna Luísa Bezerra, sobre o Aqualuz. Um dispositivo que busca ajudar a população a purificar água de cisternas por meio da luz do sol.

    Na nossa conversa nós conhecemos melhor o funcionamento do dispositivo e o impacto dele nas comunidades que têm difícil acesso à água potável. Confira.

    O que é o Projeto Aqualuz?

    O Aqualuz é um produto que surgiu quando eu tinha 15 anos e estava no Ensino Médio. Eu sempre fui apaixonada por ciência, eu sempre quis ser cientista e trabalhar com algum problema de grande relevância. Até que em 2013 diversas coisas aconteceram que me levaram para este caminho.

    Primeiro que eu sou baiana. E eu estava lendo o livro Vidas Secas, que retrata a problemática do sertão em relação à seca e à falta de água. Então eu fiquei muito tocada com essa grande questão, que eu já sabia que atingia milhões de pessoas no Brasil inteiro. Depois eu vi uma oportunidade de participar de um prêmio que o tema era Água. E foi aí que tudo começou. Eu comecei a pesquisar o que poderia ser feito para resolver aquele problema e de cara eu vi que existiam diversas tecnologias para tratar água, mas nenhuma conseguia resolver o problema das zonas rurais do semiárido. Principalmente por serem tecnologias complexas e requererem uma manutenção que as pessoas não poderiam dar.

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    Então quando eu fui buscar a construção do Aqualuz, eu quis que fosse uma tecnologia simples o suficiente para que eu, com 15 anos, pudesse desenvolver sem apoio de laboratórios, do quintal da minha casa. E que as pessoas pudessem utilizar por muitos anos, garantindo a independência e o acesso à água potável. E foi assim que nasceu o Aqualuz.

    Hoje, depois de 8 anos desenvolvendo a tecnologia, já na versão 13ª, o Aqualuz é basicamente um reservatório que tem uma capacidade de 10L. A pessoa coloca água doce (que pode ser de alguns rios ou da chuva) depois deixa essa água exposta à luz do sol. Um dos grandes diferenciais do Aqualuz é que ele só usa a luz do sol. Não usa substâncias químicas, não usa energia elétrica, não usa nenhum tipo de filtro complexo. Ele vai fazer esse tratamento da água por mais ou menos 3 horas, até que o sensor do equipamento muda de cor e assim a pessoa sabe que a água pode ser retirada para o consumo.

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    São 20 anos de durabilidade da tecnologia e a manutenção é apenas limpeza com água e sabão. Nós conseguimos trazer o melhor produto possível para estas zonas rurais do semiárido.

    E quais são os maiores feitos do projeto?

    Sempre que vamos selecionar as famílias que vão ser beneficiadas, nós damos preferência a famílias que tenham crianças pequenas, que são as principais vítimas das doenças de veiculação hídrica. Hoje até em termos globais, é a segunda maior causa de mortalidade infantil.

    Então nas primeiras famílias, logo que implantamos as versões iniciais do Aqualuz e fomos fazendo um acompanhamento, de cara nós recebemos o depoimento de uma mãe contando que dava água contaminada para os filhos porque simplesmente não tinha outra alternativa. Ela sabia que aquela água não era potável, mas os filhos tinham sede, pediam por água e o que ela tinha que fazer era dar água e depois levá-los para o posto de saúde quando ficavam doentes. Era um ciclo sem fim. Eles faltavam à escola, ela faltava ao trabalho por conta disso.

    Depois de ver o brilho no olho e a felicidade dela em receber o Aqualuz nós sabíamos que estávamos indo no lugar certo e que tínhamos escolhido a região certa para atuar, o foco certo daquele público-alvo tão carente e esquecido. Então essa história desta mãe se repetiu diversas vezes. Encontrar famílias que passavam por esse histórico de doenças de veiculação hídrica e depois do Aqualuz essa realidade mudou.

    Como você acredita que esta parceria com Nestlé vai ajudar neste projeto?

    Primeiro que falar de Nestlé é falar de uma empresa que tem esse alinhamento com alimentação. Segurança hídrica e segurança alimentar caminham extremamente juntos. São duas coisas que precisam estar sempre em conjunto para que possamos ter uma saúde de qualidade até que as próximas gerações possam crescer saudáveis.

    Eu acredito que esta parceria será uma impulsionadora para o impacto que fazemos hoje no SDW para que a mensagem do nosso trabalho chegue a mais pessoas e a gente possa atrair mais parceiros, mais clientes, porque hoje quem paga pelas nossas soluções não são as pessoas, são grandes empresas como a Nestlé, que têm alguma certa atuação em áreas rurais e investem para que grandes comunidades sejam impactadas de uma só vez. Às vezes nós impactamos 100, 200 famílias de uma única vez com o nosso projeto. Então nós temos expectativas de potencializar nosso propósito e nosso impacto com a repercussão desta parceria com a Nestlé.

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    Como você imagina o projeto daqui a 5 anos?

    Neste roadmap nós consideramos três principais tópicos. O primeiro é o principal, o número de pessoas impactadas. Hoje nós temos 13 mil pessoas impactadas por nossas soluções. E até daqui a 5 anos nós queremos atingir cerca de 1 milhão de pessoas com as nossas tecnologias e soluções. 

    O segundo é justamente este portfólio de soluções. Hoje nós temos 5 produtos neste portfólio, mas queremos atingir 10 soluções. O que percebemos é que, quando chegamos nessas regiões, existem diversas outras problemáticas que o Aqualuz não resolve. Então nós sentimos esta necessidade de trazer novas soluções para que seja resolvido de fato o problema de saneamento nessas regiões e nós tenhamos uma modificação na qualidade de vida de uma forma mais completa. 

    E o terceiro é nossa atuação, de fato. Hoje nós estamos no Brasil em maior destaque no nordeste, mas também estamos em outros estados do sudeste e do sul, mas nós queremos alcançar outros continentes. Tem uma atuação na América Latina no Equador, mas daqui a 5 anos nós queremos expandir para a África e para a Ásia, pois sabemos que estes dois locais concentram a maior quantidade de pessoas que sofrem com a falta de acesso a água potável e saneamento. E nossas soluções são inovações globais que podem beneficiar estas pessoas de outros continentes.

    Como quem está lendo a nossa matéria pode fazer para ser um parceiro do Aqualuz?

    Há diversas formas. Eu poderia classificar em dois perfis. O primeiro se é uma pessoa que trabalha ou conhece uma empresa que atua nessas regiões rurais e poderiam financiar o projeto de alguma forma, nós estamos precisando muito de contatos como este para aumentar o nosso impacto. E o segundo é o perfil de pessoas interessadas em trabalhar com a gente. Nossa equipe está crescendo. Hoje estamos com 11 pessoas e para o próximo ano estamos pensando em fazer mais contratações.

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    Queria que você deixasse uma mensagem para as pessoas que estão assistindo à nossa entrevista e que querem ajudar de alguma forma, seja colaborando ou criando seu próprio projeto. O que você diria para estas pessoas?

    São várias coisas que seria importante falar, mas o que eu sempre digo quando tenho a oportunidade é para as pessoas desenvolverem a resiliência. Uma capacidade extremamente importante para qualquer empreendedor ou qualquer pessoa que vá fazer parte de uma startup de impacto ou uma ONG. Nós estamos vivendo em um país cheio de problemas em que o empreendedorismo social não tem todas as oportunidades necessárias, então vamos enfrentar muitos problemas, ainda mais no início, que eles são maiores ainda, até conseguir ter um certo sucesso.

    Mas é nessa fase que nós conseguimos construir nosso perfil empreendedor. Como eu falei, foram 8 anos desenvolvendo o Aqualuz e a maior parte deste início foi sozinha, com diversas limitações financeiras e até mesmo em termos de capacidade. Eu era extremamente nova, não conhecia muita coisa, nunca havia trabalhado com nada. Minha única experiência profissional é basicamente a SDW. E a resiliência é extremamente importante. Para que toda vez que existisse uma situação de erro ou de dificuldade eu pudesse entender o que é que estava, de fato, acontecendo e tirar o melhor proveito daquela situação. Um aprendizado que me levaria a errar menos, principalmente naquelas situações. E me faria chegar mais perto do sucesso.

    Sobre o projeto Geração Que Faz Bem

    Em mais uma iniciativa de celebração dos 100 anos de Brasil, a Nestlé acelerou projetos de impacto social liderados por jovens, para que ganhem escala e ajudem a criar um futuro melhor.

    A marca promoveu mentorias para estes jovens e ainda deve utilizar suas embalagens, que têm penetração em 99% dos lares brasileiros, para dar publicidade aos projetos.

    Conheça as demais empresas participantes e saiba mais do projeto clicando aqui.

    Conheça nosso podcast

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