O Geek Publicitário sempre fez questão de dar destaque a pautas e campanha publicitárias que envolvam a diversidade e a representatividade dentro da comunicação. Isso porque a gente acredita que publicidade tem alto poder de impacto e pode ajudar a moldar os padrões estéticos da sociedade. E a maior prova disso é essa matéria que viralizou hoje no Twitter e mostra uma atriz gorda quase como um ser de outro mundo.
No vídeo apresentado por Lillian Witte Fibe e César Tralli, alguns termos como “feia”, “cara de bolacha” e “comum” faziam parte do vocabulário jornalístico da maior emissora do país. Em um ambiente selecionado a dedo, uma praça de shopping, Tralli diz coisas como “Porque a baixinha gordinha, 80 kg, com cara de bolacha, descobriu na própria feiura a sua fonte de renda”, enquanto mostra a entrevistada comendo. Assista:
A importância da diversidade na publicidade
O vídeo publicado no Twitter mostra o quão distante estamos deste tempo, em que era normal falar desta forma de pessoas que não se encaixavam nos padrões impostos por uma minoria de elite da nossa sociedade. Nós não conseguimos identificar exatamente qual foi o ano desta matéria, mas ela provavelmente é da primeira vez que Lillian Witte Fibe trabalhou no Jornal da Globo, entre 1993 a 1996. Pois é, parece de 100 anos atrás, mas é menos de 30.
Nos comentários da publicação o público faz alguns paralelos com os comentários conservadores que somos obrigados a ler na internet em 2020: “Sempre que dizem ‘o mundo tá chato’, ‘tudo tem politicamente correto’, ‘antigamente era melhor’ estão desejando isso“, dizia uma das respostas com mais curtidas ao tuíte. “Hj eu tô muito otimista, pq eu olho pra isso e penso que seria impensável passar algo assim na TV hoje. Nossa geração, mesmo f***** da cabeca, empurrou muito o mundo pra frente.“, analisou outra resposta.
Os tempos atuais mudaram muito. Inclusive aqui no Geek Publicitário alguns posts do início do blog já foram apagados por serem, de alguma forma, racistas ou sexistas. A abordagem da propaganda melhorou muito. A sociedade e o jornalismo também. Hoje é completamente inimaginável uma matéria como esta. Ainda bem.