O New York Times publicou hoje um vídeo do youtuber Felipe Neto com destaque em sua página inicial onde ele compara as políticas de combate ao coronavírus de Trump e Bolsonaro, reforça que o nosso presidente é o pior do mundo no combate à pandemia e faz um pedido para que os americanos nos ajudem a combater o discurso de ódio. O vídeo tem dado o que falar nas redes sociais com opiniões, mais uma vez, polarizadas como já virou rotina. Mas o que este vídeo deixa sem questionamentos é a consolidação do Felipe Neto como uma das principais vozes brasileiras no mundo.
A negação da política como uma etiqueta social no Brasil e a dificuldade dos políticos em entenderem a importância e o poder da internet deixou uma imensa lacuna no país que foi preenchida com maestria e ódio por diversos setores mais novos da extrema direita. Por este motivo, ter alguém com o tamanho e a relevância do Felipe Neto defendendo princípios básicos de uma sociedade democrática é de extrema importância para o futuro da comunicação no Brasil.
Nossa língua portuguesa dificulta o diálogo com o restante da America Latina, e do mundo (fato que o youtuber reforça no vídeo), mas uma mensagem é universal: uma pessoa com 38 milhões de inscritos no Youtube deve ter algo de relevante para falar. Felipe Neto talvez não seja a pessoa com melhor bagagem de vida ou mesmo conhecimento teórico sobre a democracia, mas há fatos que se oponham a seu poder de comunicação dentro e fora do Brasil.
Felipe Neto no The New York Times
No vídeo publicado pelo The New York Times, Felipe não parece querer ser legal com os americanos ou dotado do sentimento vira-lata comumente encontrado em brasileiros que conversam com o público de uma das maiores publicações do mundo; pelo contrário. Alterna entre brincadeiras, ironias e assunto sério como poucos e consegue manter o espectador preso ao conteúdo seja qual for sua idade.
Bolsonaro foi eleito por, entre outros motivos, sua habilidade em conseguir se comunicar com uma grande parcela da população por meio de uma linguagem fácil, multimídia e rápida proporcionada pelas redes sociais e apps como Whatsapp. Não a toa, o youtuber Felipe Neto tem sido hoje seu principal opositor nos debates pelo mesmo motivos: o domínio das ferramentas de comunicação eletrônicas.
O fato incomoda aqueles que se opõem aos ideais do comunicador justamente porque ambos sabem que saber se comunicar nas redes sociais e app de trocas de mensagens é e continuará sendo fator determinante para o futuro da política e, por consequência, da sociedade daqui em diante.