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HBO contará história de roubo de US$24 mi em promoção Monopoly do McDonald’s

O McDonald's e Monopoly fizeram diversas promoções juntos e o que quase ninguém sabia é que entre 1989 e 2001, cerca de US$24 milhões foram roubados na promoção.

Entre 1989 e 2001 o McDonald’s e a Hasbro realizaram diversas promoções que envolviam a rede de fast-food e o jogo de tabuleiro Monopoly. O que ninguém imaginava é que por trás de tamanho investimento para a promoção havia uma fraude de US$ 24 milhões, resultado de um roubo de cartelas valiosas do jogo.

Tudo começou em 1987, quando o McDonald’s fechou um acordo com a Simon Marketing Ltd. para organizar e produzir os materiais necessários para a promoção. Nessa promoção, cartelas do jogo podiam ser encontradas nas embalagens dos produtos do McDonald’s ou em folhetos da rede. As recompensas das cartelas iam de produtos da rede (hambúrgueres etc) a US$ 1 milhão, prêmios estes que geraram grande interesse no público.

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Jerome P. Jacobson, chefe de segurança da Simon Marketing Ltd., subcontratada para organizar e administrar a promoção, conseguiu furtar os selos mais valiosos da promoção que envolviam carros, prêmios de US$ 1 milhão e outros. A justificativa para o roubo? Jacobson alegou que não concordava com as atitudes dos executivos da subcontratada que realizavam uma espécie de esquema para que os maiores prêmios não saíssem do Estados Unidos.

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Os países contemplados com a promoção desde 1987 foram os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Áustria, França, Alemanha, Hong Kong, Holanda, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, Romênia, Rússia, Cingapura, África do Sul, Espanha, Suíça, Taiwan e Reino Unido. Aqui na América Latina a promoção chegou para o Brasil e Argentina em 2013. O último país a ser incluído foi a Irlanda, em 2016.

O chefe de segurança da subcontratada começou a furtar as peças valiosas do jogo quando teve contato com o fornecedor dos selos anti-adulteração que, por engano, os forneceu para Jacobson. A partir daí, ele buscou associados (inicialmente amigos e familiares) para resgatar as recompensas em troca de uma porcentagem que era paga antecipadamente. O negócio se expandiu por todo o país, onde juntos, Jacobson e seus associados resgataram quase todos os principais prêmios da promoção.

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Bandido sim! Mas de bom coração

Se você achou o Jacobson um cara terrível até aqui talvez não esperasse por essa: ele também usou a fraude para fazer doações. Em 1995, o Hospital Infantil St. Jude, que fica em Memphis no Tennessee, recebeu uma carta anônima postada em Dallas, no Texas. O conteúdo da carta? Um selo com o prêmio de US$ 1 milhão. Apesar do regulamento da promoção proibir a transferência dos prêmios, o McDonald’s abriu mão de segui-la e fez o pagamento do prêmio, com parcelas de US$ 50.000 (que acabaram em 2014). O chefe de segurança admitiu mais tarde que fez o envio da carta.

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Foi nesse mesmo ano que o negócio se expandiu para o país, quando Jacobson conheceu o chamado “Gennaro Jerry Colombo” enquanto esperava um voo. Colombo, alegou que fazia parte da máfia de Colombo, em Nova York, e que queria participar do esquema. Foi responsável por conectar o chefe de segurança com outras pessoas que possuíam grana para pagar pelos selos.

O deboche

Pasmem que o Jerry Colombo, um dos responsáveis por administrar toda a distribuição e venda dos selos, também comprou o seu selinho (um carrinho, apenas) e ainda participou de um dos comerciais do McDonald’s falando sobre os ganhadores:

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https://youtu.be/viU25SQFKO8

O prejuízo chegou a ultrapassar US$ 24 milhões e resultou no rompimento de contrato entre o McDonald’s e a Simon Marketing Ltd. junto com diversos processos. O prejuízo do McDonald’s foi além e a empresa ainda teve que pagar US$ 16,6 milhões para a subcontratada, que devido a uma violação constitucional, teve quatro dos condenados pela fraude com suas condenações invalidadas.

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Desfecho da tour

Em 2001, a promoção dos EUA foi interrompida após a descoberta da fraude. O departamento do FBI em Jacksonville, na Flórida, recebeu uma denúncia anônima de que muitos dos ganhadores eram parentes e que um enorme esquema de fraude era controlado por “Uncle Jerry”. À medida que a investigação do FBI, batizada como “Operação Resposta Final”, avançava, o procurador assistente dos EUA Mark Devereaux aceitou a acusação, considerando que havia evidências suficientes de golpe, afinal, é muita coincidência a família toda ir comer um Big Mac e levar todos os maiores prêmios da promoção, né?!

Depois da denúncia, o chefe de segurança, Jerome P. Jacobson, teve o seu telefone grampeado e o esquema foi descoberto. Jacobson se declarou culpado de três acusações de fraude e cumpriu três anos de prisão no tribunal federal de Jacksonville, na Flórida, sendo solto em 2005. O julgamento começou no dia anterior aos ataques de 11 de setembro e, por isso, foi ofuscado pela mídia. Colombo sofreu um acidente de carro em 1998 e foi a óbito (a família suspeita que há relação com o esquema).

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E apesar de a todo momento Jerome P. Jacobson protagonizar a história, oito pessoas da empresa de promoção foram presas. Levando a um total de 21 indivíduos indiciados, incluindo membros da máfia de Colombo.

Série documental MCMILLION$ – HBO

Essa história maluca e pouco conhecida (pelo menos entre nós, brasileiros) será retratada em uma série documental da HBO que vai ao ar segunda-feira, 10 de fevereiro, às 23h na HBO e na HBO GO. Serão seis episódios que vão explorar todo o esquema por trás da fraude e narrar a história a partir do relato dos agentes do FBI que trabalharam incansavelmente para descobrir a verdadeira identidade do “Uncle Jerry”. Confira o trailer:

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https://www.youtube.com/watch?v=kK2ZGOsbeqo

Fontes: So Yummy, Business Insider e Wikipédia.

Conheça nosso podcast

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