Era pra ser mais um comercial de Dia dos Pais com alguma preocupação em representar uma família parecida com mais de 50% da população brasileira, mas o novo comercial de O Boticário acabou virando novamente alvo de grupos conservadores, quando racistas decidiram protestar contra o fato de a marca de cosméticos utilizar apenas negros na construção da família representada no filme.
O anúncio entrou no Youtube na última sexta-feira e já soma cerca de 5 milhões de visualizações. O que chamou a atenção, no entanto, foram as “descurtidas” do vídeo e alguns dos comentários deixados pelos internautas atingidos pela campanha. “Porque não tem nenhuma pessoa branca no comercial? Não é direitos iguais?”, ou ainda “Na boa essa modinha de afro em comercial ja passou muda pra sustentabilidade ou outra modinha qualquer” são só alguns dos comentários encontrados no vídeo, que você assiste abaixo:
Déjà-vu
Esta não é a primeira vez que a Boticário se envolve em uma polêmica com o público conservador. Em 2015 a marca abriu uma enorme discussão sobre homossexualidade na publicidade em TV aberta, após um comercial que representava um casal gay ir ao ar em horário nobre.
À época o público promoveu boicotes à marca e dislikes em massa no vídeo e a Boticário recuou. Não chegou a remover o vídeo para não parecer vencida; mas nunca mais abordou o assunto novamente por meio de sua marca principal (o grupo aproveitou marcas como “Quem disse, Berenice?” para tratar sobre temas delicados).
Agora a Boticário se vê obrigada a lidar, mais uma vez com conservadores racistas e preconceituosos, que acreditam que uma família negra não deva ser representada na TV. Somente em comparativo, o comercial de O Boticário que envolveu todo o rancor dos conservadores incomodados com a representação de um casal homossexual tem, hoje, cerca de 33% de dislikes. Enquanto o vídeo publicado recentemente com a família negra ultrapassava 37% até o momento em que esta publicação foi escrita.
A dúvida que fica é, será que a companhia vai mais uma vez varrer tudo para debaixo do tapete, ou vai finalmente entender o que o atual consumidor espera de uma marca em 2018?