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    Após polêmica, hamburgueria Zebeléo não terá mais financiamento coletivo

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    ✨ O que você precisa saber:

    • Bel Pesce, Léo Young e Zé Soares decidiram abrir uma hamburgueria chamada Zebeléo, financiando o projeto através de crowdfunding.
    • Após receber críticas e arrecadar mais de R$10.000, o trio abandonou o financiamento coletivo e decidiu seguir com o projeto por conta própria.
    • Eles aprenderam com a experiência, explicando que o crowdfunding não era uma forma de levantar dinheiro, mas sim uma pré-venda de produtos e experiências, e decidiram descontinuar a campanha e devolver as contribuições feitas.

    Ontem uma nova polêmica tomou conta da internet e gerou muita piada – e revolta – dos usuários: Bel Pesce (empreendedora), Léo Young (vencedor do MasterChef) e Zé Soares (do blog Do Pão ao Caviar) decidiram abrir um novo negócio, uma hamburgueria chamada Zebeléo.

    Até aí tudo bem, o problema foi a forma que eles procuraram financiar o negócio: através de um crowdfunding (financiamento coletivo), onde havia a pretensão de se arrecadar R$ 200.000,00. Para cada valor doado você teria direito a escolher uma recompensa, como bonés, camisetas e chaveiros.

    Algumas das recompensas oferecidas
    Algumas das recompensas oferecidas

    Óbvio que a ideia virou motivo de chacota entre os internautas e logo as críticas começaram a surgir.

    Após a polêmica e mais de R$ 10.000,00 arrecadados, o trio abandonou a ideia do financiamento, tentou explicar o porquê dele e disseram que vão seguir com o projeto por conta própria. Confira o que escreveu Bel Pesce na página do financiamento:

    ALGUNS APRENDIZADOS QUE ZEBELEO NOS TROUXE

    Ontem foi um dos dias mais intensos de nossas vidas. Sabemos bem o poder da internet. Temos negócios que foram potencializados pela distribuição que a internet é capaz de trazer. Mas foi a primeira vez que sentimos na pele o quanto uma percepção que não esteja alinhada com a intenção pode rapidamente produzir efeitos que te distanciam ainda mais da sua intenção. E, claro, falhas em comunicação podem intensificar essa percepção equivocada.

    Aprendemos muito nas dores. Quando iniciamos as discussões de começar uma hamburgueria, no começo do ano, o que me chamou atenção nesse projeto foi exatamente a quantidade de aprendizados que eu poderia adquirir ao ficar muito próxima de um mundo novo para mim.

    Fizemos mil planejamentos de como o projeto teria um viés de repassarmos tudo que aprendêssemos adiante, já que um número significativo de pessoas que entram nesse mundo acabam se sentindo perdidas ou frustadas, e sem acesso a informação. Além disso, sabíamos que queríamos trazer as pessoas para perto. Somos pessoas comuns que nos últimos anos sentiram na pele a aproximação de muita gente Brasil afora por meio da internet e também presencialmente, e aprendemos a fazer os nossos projetos de forma a incluir as pessoas.

    Tínhamos diversas razões que nos levaram a decidir fazer algo diferente e lançar uma campanha de financiamento coletivo da hamburgueria, e nenhuma delas visava necessariamente levantar dinheiro para começar o negócio. O negócio já vem sendo estruturado há cerca de 6 meses, e o crowdfunding era muito mais focado em uma pré-venda de produtos e experiências do que em qualquer outra coisa. Explico melhor: uma mesma ferramenta, como o crowdfunding, pode ser usada para diversas metas, dentre elas aproximar o público interessado de certas experiências e validar pré-vendas exclusivas de produtos ou serviços.

    Financiamento coletivo não é sinônimo de vaquinha ou doações. Mas pecamos na comunicação desse ponto. É importante entender que valores arrecadados em crowdfundings são raramente lucros. Inclusive para campanhas que batem a meta final, e continuam sendo apoiadas mais e mais, o lucro não necessariamente escala.

    Nesse momento, poderíamos focar em disseminar o financiamento coletivo como uma modalidade que pode ser usada por qualquer empreendedor, que acho que é um assunto que sem dúvidas vale ser discutido a fundo e de forma neutra, sem a associação a uma ou outra campanha. Poderíamos também tentar reverter algumas críticas respondendo uma a uma, mas o foco é outro: o que é sabido, e não é falado, não é percebido. Temos muitas coisas bem relevantes no posicionamento do nosso negócio e poderíamos focar nelas agora, mas poderia parecer uma resposta reativa diante de críticas, e poderíamos entrar em um espiral de mais percepções incorretas.

    Pensamos muito no compromisso que temos com todos que acreditam no nosso trabalho e nos seguem de perto. Tivemos também uma resposta extremamente positiva daqueles que estiveram mais próximos do projeto, e poderíamos deixar a campanha no ar, mas decidimos que vamos aproximar aqueles que querem estar próximos através de outras maneiras.

    O nosso plano continua o mesmo de antes, continuamos construindo cada detalhe do restaurante com o maior carinho do mundo, mas achamos que a melhor forma de ser fiel a todos que acreditam em nós é tomar duas ações:

    1. Descontinuar a campanha, devolvendo tudo que havia sido levantado a cada um que contribuiu

    2. Mostrar as nossas ideias, conceitos, produtos e experiências através da própria execução do dia a dia de levantar esse negócio, e principalmente através daquilo que interessados experimentarão ao visitar o local

    Valeu de coração a todos que estão próximos e apoiaram o projeto, e também a parcela de pessoas que nos abriu os olhos para algo que não faz de maneira alguma parte da intenção da gente, e queremos clarificar.”

     

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