Já não bastasse a gente viver em um país tão absurdo, mas tão absurdo onde um jovem negro morre a cada 23 minutos, a Farm achou que era de bom tom oferecer o código de vendedora de uma jovem grávida que morreu após ser atingida em uma troca de tiros nesta terça. Katlhen de Oliveira Romeu tinha 24 anos, trabalhava na Farm e estava grávida de 14 semanas. De acordo com a publicação da marca, a comissão do código em questão seria revertida para ajudar a família. Quem aprovou isso?
A marca realizou uma publicação em suas redes sociais onde se lia #JustiçaPorKathlen escrito sobre um fundo preto. Na legenda a marca dizia, entre outras coisas, o trecho a seguir: “a partir de hoje, toda a venda feita no código de Kathlen [Código] terá sua comissão revertida em apoio para sua família. reforçando que nós também vamos apoiá-la de forma independente e paralela”.
Em pouco tempo as redes sociais se enchessem de críticas do público à marca por associar vendas a morte de uma funcionária. O termo Farm ficou por horas nos Trending Topics do Twitter.
Pedido de desculpas
Cerca de quatro horas após a primeira publicação, a Farm voltou a postar pedindo desculpas pelo erro. Uma nova imagem com fundo preto agora destacava a palavra “ERRAMOS”.
“A Farm vem a público se desculpar pela ação que envolveu o uso do código de vendedora de Kathlen Romeu nesse momento tão difícil. Com vocês, entendemos a gravidade do que representou esse ato, por isso, retiramos o código [Código] do ar. Continuaremos dando o apoio e suporte à família, como fizemos desde o primeiro momento em que recebemos a notícia”, dizia a legenda da publicação.
A publicação inicial também foi alterada. O trecho que mencionava o direcionamento da comissão foi removido e o pedido de desculpas acrescentado no início.