Qualquer leitor que tenha crescido nos anos 90 deve se lembrar das clássicas fitas VHS verdes dos desenhos da Disney. “Toy Story” e “O Rei Leão”, por exemplo, ocupavam lugar de destaque na minha estante e na época ainda existiam as videolocadoras, que faturavam alto com o aluguel de filmes.
Mas quem hoje ainda tem videocassete? Até o próprio DVD player há muito tempo deixou de ser usado e aposto que você, que colecionava fitas e DVD’s, assim como eu, provavelmente não os assiste há anos.
Mas isso não abalou a gigante do entretenimento, que viveu anos de glória com seus canais de televisão. O Disney Channel, Disney XD e Disney Junior para o público jovem e infantil, a ESPN para os fãs de esporte e a ABC, que é a maior emissora de televisão do mundo, durante muito tempo fizeram Disney faturar muito dinheiro com seus telespectadores
Porém a realidade não é a mesma e não é de hoje que a Disney vem perdendo sua audiência para a Netflix e outros serviços de streaming.
A atual revolução digital e a popularização da internet mudaram a forma como assistimos a filmes, séries e noticiários. Estamos vivendo na era do streaming, da transmissão online, do Netflix e isso está prejudicando a audiência da TV tradicional.
No final das contas, os canais de TV perdem público para a internet e para a Netflix e com isso a Disney perde dinheiro. Mas esse cenário está prestes a mudar.
A Disney promete investir pesado para conquistar seu espaço no mercado de streaming nos próximos anos. Uma pequena mostra disso foi o lançamento da plataforma ESPN+ no mês passado, que podemos dizer que é uma versão do canal de TV ESPN, mas com o conteúdo produzido e pensado para internet e transmissão via streaming.
Mas o principal e mais esperado é o lançamento do serviço de streaming da própria marca Disney.
Levando em consideração a grande variedade de produtos e imensa popularidade da Disney, a estratégia é dar a volta por cima e deixar de perder dinheiro com a queda de telespectadores dos canais de TV focando no crescimento de assinantes no seu serviço de streaming, o que deverá aumentar o valor de suas ações e valorizar a marca.
A empresa promete não apenas disponibilizar as animações e filmes já conhecidos do público, como também os futuros lançamentos do cinema e ainda a criação de conteúdo exclusivo para a plataforma, batendo de frente com a concorrente.
Afinal, se a Disney cobrar o mesmo preço que a Netflix pelo seu serviço de streaming, já pode contar comigo como assinante.
Por Felipe Berbel.