Já faz alguns dias que a internet vem debatendo o impacto dos conhecidos “perfis de fofoca” na vida das pessoas. Depois do caso Jéssica Canedo, grande parte dos internautas promoveram inicialmente um boicote ao mais famoso deles, o Choquei. Nessa semana, porém, um vídeo atribuiu a outro perfil a primeira publicação relacionada ao caso: o Garotx do Blog. O perfil era parte do portfólio de talentos da Mynd, mas após a crise, está afastado. A informação foi dada pela própria Fátima Pissarra, CEO da Mynd, ao Meio & Mensagem. De acordo com a profissional, o perfil Garotx do Blog foi afastado da Banca Digital enquanto ocorrem as investigações dos órgãos competentes. Caso seja absolvido, a empresária diz que ele voltará a ser integrante da agência.
Garotx do Blog, Mynd e Banca Digital
Reconhecida por muitos como a principal agência de influenciadores do país, a Mynd tem um casting enorme de agenciados e é reconhecida por trazer muita diversidade em sua seleção de talentos. Em entrevista exclusiva ao GKPB, Fátima Pissarra chegou a mencionar que não estava cumprindo cotas, mas sim trazendo a representatividade da população brasileira ao seu time de estrelas. Além disso, a companhia também é sócia da Banca Digital, um hub que reúne diversos perfis que postam conteúdo de entretenimento.
Choquei – Lacrando Vidas
O vídeo “Choquei – Lacrando Vidas”, que acusa o Garotx do Blog de ser o primeiro veículo a compartilhar a Fake News envolvendo Jéssica Canedo, tem quase 40 minutos de duração e faz uma infinidade de ligações e acusações, mas não apresenta provas robustas sobre a maioria delas. No filme, que já soma quase 3 milhões de visualizações, Daniel Penin tenta fazer um paralelo entre o caso Jessica Canedo, Choquei, Garotx do Blog, Fátima Pissarra e até mesmo o presidente Lula.
Em determinado momento do vídeo, Daniel menciona uma frase de Whindersson Nunes sobre o caso Jéssica para relacioná-lo a Fátima. O youtuber pega o trecho em que Whindersson diz querer ir atrás de quem “toma champanhe e vai para longe gastar dinheiro” e relaciona a uma imagem do perfil de Fátima no Instagram, onde ela apareceria tomando champanhe e mencionando uma parceria entre seu restaurante Altar Cozinha Ancestral e a Chandon. A suposta ligação foi o suficiente para que invadissem o site da Chandon em protesto contra a relação da marca com a executiva. Até momento de fechamento deste texto, o site da Chandon para o Brasil ainda permanecia fora do ar.
Impacto nos contratos com marcas
Além da Chandon, o vídeo publicado no início da semana menciona uma série de marcas. Nomes como Havaianas, Netflix, Spotify, Itaú, Unilever, Santander, Coca-Cola, Globo, Disney e Seara são mencionados. Mas apesar disso não há conhecimento de nenhum tipo de consequências às marcas. No dia 30 de dezembro um perfil anônimo postou alguns prints de supostos contratos entre Mynd e algumas marcas como Natura, Amazon e Unilever.
De acordo com a primeira versão do texto publicado pelo Meio & Mensagem, Fátima teria confirmado que um de seus parceiros, a Spark, teve contratos expostos nas redes sociais, mas não informou se todos eram reais. Ainda de acordo com o texto, uma liminar teria feito com que o conteúdo fosse apagado da rede. No dia seguinte à publicação, o texto do Meio & Mensagem foi alterado e não incluía mais esta parte.
Na entrevista, Fátima menciona que não houveram baixas nas relações com os anunciantes. “Até o momento, não houve cancelamento de job. Quando alguém faz algum questionamento, nós mandamos que nos últimos três posts de marcas não tiveram problemas. Nós munimos a marca de informação para mostrar qual é a situação do que ela está contratando.”
Ameaças
O próprio site da Mynd se encontra fora do ar desde o ocorrido. De acordo com a companhia, esta foi uma atitude de contingenciamento da crise e também para evitar novos ataques. Fátima comentou ter até mesmo recebido ameaças de morte.
Após diversos ataques, a CEO da Mynd privou o acesso ao seu perfil nas redes sociais e a companhia publicou um extenso comunicado onde busca se isentar das acusações e reforça que irá combater as Fake News no âmbito da justiça. “Vamos defender nossa honra e nosso nome no mercado. Vamos defender cada pessoa que trabalha honestamente e talentosamente em nossa empresa. Vamos defender o direito e a honra de cada pessoa que agenciamos de atuar nas redes sociais de acordo com seus valores e suas posições éticas.”, diz o texto.
No dia 09/01/2024, a Spark enviou uma nota ao GKPB, a qual reproduzimos abaixo na íntegra:
“A Spark afirma que nenhum contrato assinado com parceiros e que foram vazados nas redes sociais foi resultado de uma invasão cibernética nas redes da empresa. Uma auditoria interna já constatou que não houve qualquer invasão ao sistema, e outras medidas legais estão sendo tomadas referente a esse assunto. Vale ressaltar que, de imediato, a própria entrevistada pelo M&M solicitou a remoção da Spark em sua resposta, por entender que a informação não procedia – o que foi atendido imediatamente pelo veículo, compromissado com a verdade”.
O GKPB reforça que em nenhum momento fez qualquer afirmação a respeito do que ocorreu. Apenas reproduzimos trechos do conteúdo que foi disponibilizado pela imprensa, deixando sempre clara todas as referências. Até o momento em que esta matéria era atualizada pela última vez, o texto do Meio & Mensagem ainda mencionava que contratos da Spark foram expostos.
Aproveitamos ainda para deixar claro que, justamente por conta de nosso inegociável compromisso com a verdade, preferimos não remover a cronologia dos fatos, pois acreditamos que este item não só é de interesse público, como parte fundamental para a correta compreensão dos acontecimentos.
Texto atualizado pela última vez em 10/01/2024 – 00h50.