Atualmente, o mercado da moda está tentando se reinventar, os consumidores começaram a buscar mais alternativas sustentáveis e procurando modas menos agressivas para o planeta. Claro, que não podemos falar que é todo o mercado que está em busca de mudanças. Mas a marca Zara está dando seus primeiros passos na moda circular.
A Zara buscando alternativas para reduzir sua pegada ambiental, vai trazer novidades para os clientes. O novo serviço chamado Pre-Owned, com previsão para lançar no dia 3 de novembro tem como foco para a revenda, consertos e doações de peças e vai funcionar em todas as frentes de venda, lojas físicas, aplicativo e site. A cliente que quer desapegar de uma blusa ou vestido publicará fotos atuais do produto e a Zara se encarregará da descrição detalhada de cada um. A venda fica por conta dos vendedores da rede.
A operação do Reino Unido servirá como teste, e pode ser implementada em outros países na sequência. A Zara tem lojas em quase 100 países, daí a relevância de seu movimento rumo à moda circular.
O plano de lançamento usado inclui uma plataforma de vendas cliente a cliente acessada no site principal da Zara e um aplicativo que incentivará os clientes a vender suas roupas indesejadas através da empresa, em vez de usar outras plataformas de revenda.
A moda circular se tornar melhor estratégia para reduzir o lixo têxtil, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil descarta cerca de 175 mil toneladas de sobras têxteis por ano e apenas 15% são reaproveitadas. Dependendo da composição do tecido, ele pode de morar anos para se decompor e intoxicar o solo e a água.
Empresas como a Shein, conhecidas pelo fast fashion, entendem que a produção em massa leva um maior alcance de mercado. Porém os produtos criados por essas marcas acabam tendo a vida útil bem menores, devido ao uso de materiais de pior qualidade e, muitas vezes, tecidos sintéticos, que liberam microplásticos durante a lavagem.
Outro fator poluente do fast fashion, é o descarte de peças devolvidas ou trocadas, isso acontece devido ao custo de mão-de-obra para inspecionar uma peça e colocá-la novamente no estoque, sendo muitas vezes maior do que a simples criação de outra. Esse movimento acaba também contribuindo para os lixões têxteis ao redor do mundo.
Marcas estão buscando alternativas para reduzir o impacto ambiental. Varejistas, como Renner e Arezzo já estão entrando no negócio de segunda mão, investindo em brechós, e investigando soluções para remodelar o mercado da moda.
O mercado global de roupas usadas é estimado em US$ 71,2 bilhões em 2022, de acordo com um relatório da Future Market Insights publicado em setembro. A consultoria projeta um crescimento da ordem de 15% ao ano na próxima década, conforme dados compilados pela Reuters.
Uma das formas encontradas pelas marcas foi a compra de empresas que já tem como solução a moda circular. A Renner comprou a Repasse, a Arezzo adquiriu o controle da Troc e a C&A fechou uma parceria local com o brechó online, Enjoei, empresas que disponibilização trocas e venda de peças de segunda mão.
Outra tendência global que está chegando em grandes marcas é o Upcycling, a reutilização de materiais em itens que voltam para o ciclo de consumo das pessoas. como meio de preservação da terra, diminuindo a quantidade de lixos a ser despejados e, em alguns casos, descartados até mesmos em lugares inapropriados, como o oceano, por exemplo.
A reciclagem é um processo que envolve a destruição de componentes para transformá-los em um item novo. Já o upcycling utiliza os resquícios e transforma em uma peça nova tendo como base suas próprias características já existentes.
Fonte: The Guardian e FFW.